domingo, 2 de junho de 2019

02/06/2019 - Rachão Eixo Sul

Toda quarta-feira às 19:30hs, acontece um treino de ciclismo no eixo de acesso sul de Joinville. O treino batizado de "Corrida Maluca" simula uma verdadeira prova de ciclismo e muitos atletas da cidade (amadores e profissionais) participam dessa confraternização semanal. Acontece que nesses treinos, temos que rodar no acostamento e respeitar as preferências e outros sinais de trânsito. Visando incentivar mais atletas da cidade, a Federação Catarinense de Ciclismo (FCC), lançou uma prova extra denominada "Rachão do Eixo Sul", em alusão a outras provas que estão ficando famosas no país (rachão é uma prova de bicicleta sem o aval da federação local). Para dar oportunidade para todos, as categorias foram divididas nos naipes speed (SPD) e mountain bike (MTB).

Me inscrevi para a categoria MTB Master B com outros 10 atletas. Somando todas as subcategorias do MTB haviam aproximadamente 30 atletas. Na semana que antecedia a prova choveu muito e a esperança era que no domingo, dia da prova, a chuva desse uma trégua. Mas não foi o que aconteceu. O domingo amanheceu chuvoso e com pancadas fortes. Nos grupos de ciclismo o pessoal já ia mandando mensagens de desistência da prova. Depois de conversar com alguns amigos, resolvi ir de carro até o local da prova e ver o que era possível fazer. A organização já estava toda montada e a chuva deu uma paradinha. Paguei minha inscrição e resolvi participar da prova na chuva mesmo. O Ernandes também apareceu e outros conhecidos dos grupos de ciclismo.





Depois do aquecimento, embaixo de muita chuva, alinhamos atrás do pelotão das SPDs e largamos dois minutos depois para oito voltas em um circuito de seis quilômetros.



Não haviam muitos atletas. Acho que ao todo tinham doze MTBs. Larguei na frente num ritmo bem tranquilo aguardando alguma movimentação do pelotão.



Fiquei a primeira volta puxando o pelotão e depois o Ernandes veio fazer o trabalho. Notei que estávamos sendo marcados e que qualquer movimentação nossa, o pelotão respondia, mas sempre ficando na nossa roda.


Depois da quarta volta, tentamos dar uns tiros e sair em algumas fugas. Mas não estávamos no "dia bom". As pernas pareciam cansadas e a gente não conseguia desenvolver o ritmo desejado.


O jeito foi levar todo mundo para o sprint. Na última volta fiz uma tentativa de fuga numa subida, mas não consegui manter o ritmo e o pessoal veio todo atrás.


No final da descida, ao fazer o retorno, um atleta caiu e quase levou o Ernandes junto. Sprintamos para a chegada. Cansados de puxar o pelotão a prova toda, não conseguimos fazer força o suficiente para chegar na frente e perdemos algumas posições. Devo ter chegado em quarto ou quinto lugar no geral, mas a premiação seria por subcategoria.


Após alguns minutos aguardando foi anunciada a classificação da categoria MTB. Na categoria open foram premiados os três atletas. Na categoria Master A foram premiados 5 atletas e eu fui o único participante da categoria Master B, ficando assim com o primeiro lugar, ou único lugar rsss. Eu não sabia que estava correndo sozinho. Estava desconfiado que alguns ali eram da minha categoria, mas os conhecidos, não vieram.




E foi assim, saí num domingo de manhã na chuva, para competir e me divertir numa prova de ciclismo na minha cidade. Alguns desmerecem o fato de eu ter ficado em primeiro na categoria, já que eu era o único competidor. Mas a oportunidade estava aberta à todos e eu fui lá e fiz o meu melhor, nas minhas condições. Quem não foi, perdeu!

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domingo, 5 de maio de 2019

05/05/2019 - 7º Desafio dos rochas

Depois de uma estréia sofrida no Desafio dos Rochas no ano passado, esse ano resolvi me preparar bem para chegar detonando nessa prova e quem sabe ficar entre os top 10 na categoria. Alimentação, treinos e equipamento estavam todos em dia. Me inscrevi para o circuito pró individual. Seriam 100km com mais de 3000m de altimetria acumulada. Ao todo, 1350 atletas estavam inscritos na prova de mountain bike nas mais diversas categorias.


No início da tarde de sábado, eu, Ernandes, Fernando e Flavio, saímos de Joinville com destino à Pomerode. Assim que chegamos fomos nos instalar no hostel que eu havia reservado, bem diferente daquele que ficamos na Praia do Rosa. O Ernandes até me elogiou kkkk. O melhor de tudo é que ficava há uma quadra de distância do Pavilhão de Eventos, onde foi feita toda a concentração, largada e chegada da prova.


Fomos pegar nossos kits e visitar os estandes dos patrocinadores. Fizemos compras, encontramos os amigos e até tomamos um chopp. Ficamos ali na mesa do restaurante conversando e aguardando o jantar de massas.


O evento no geral é show. Tem bastante atividades para os adultos e crianças. Torneios de serrar madeira, quem bebe mais chopp, desfile e danças folclóricas. Durante o jantar de massas teve até bandinha, lembrando as tradicionais festas alemãs de outubro.


Para nós o principal é a prova de mountain bike. Assim que o jantar foi servido, nos preparamos para ficar no início da fila, comer bem sossegado e voltar para o hotel para descansar, pois amanhã o dia será puxado. Com o ar condicionado funcionando e fazendo um barulhinho que simulava chuva, dormimos muito bem. Mas depois nos falaram que choveu mesmo nos morros da região.

No dia seguinte acordamos às 6:00hs para o café da manhã do hostel. Preparamos as bikes e tudo o que precisaríamos durante a prova. A largada seria em blocos de acordo com a categoria e às 8:00hs da manhã foi dada a primeira largada.

Ás 8:06hs a minha categoria largou. Pessoal pegou forte nesse começo de prova neutralizada que passava por avenidas dentro da cidade. Logo começamos a subir e assim que o asfalto acabou a brincadeira começou de verdade e subimos o primeiro morro da prova. Entramos em uma trilha e o pelotão parou. Havia um degrau na trilha onde só passava uma bike de cada vez e a situação ficou tensa. Ficamos ali por vários minutos, dando um passo de cada vez até passar pelo obstáculo.


A trilha estava muito encharcada e era difícil se equilibrar. Assim que começou o estradão, o pessoal começou a puxar forte novamente, dando a impressão que daquele momento em diante a prova iria fluir. Saí em uma estrada na divisa com Jaraguá do Sul e novamente tinha mais morro para subir. Agora comecei a reconhecer o lugar, eu estava na divisa com Jaraguá do Sul e Pomerode e assim que cheguei no topo do morro segui pela Estrada Carolina. Eu já imaginava que a organização nos colocaria para subir o Morro do Saco por uma trilha de acesso, esse lugar eu já conheço e exige bastante preparo físico para subir tudo pedalando.

Mas nada estava tão ruim que não poderia piorar. Ao chegar no topo do morro, nos colocaram para subir um pasto bem pesado e uma estradinha de barro vermelho. Logo a estradinha virou trilha e começou o pior trecho da prova. Um lamaçal que não tinha para onde fugir, era impossível pedalar. A sapatilha sumia em meio ao lodo e a bike ia acumulando essa lama nos pneus e logo eles trancavam no quadro e na suspensão. Todos os participantes que estavam ali comigo, começaram a travar uma batalha com a própria bicicleta, tentando achar alternativas em como transpor esse obstáculo. A bike já estava muito pesada para ser carregada, empurrando não dava, ficar limpando a cada minuto é inútil. O jeito foi trazer ela de arrasto, virando montes de lama como se fosse um equipamento agrícola. O pior que isso não foi só na subida, a descida era pior. Acham que eu estou exagerando? Imaginem essa situação por 3km. Isso mesmo 50 minutos para superar 3km de trilha. Era gente caindo por cima da bicicleta e vice versa. Muita gente ficou frustrada, xingaram muito e ali já declararam que não iriam continuar a prova, pois isso não é mountain bike.


Deu vontade de desistir agora também, mas não sou de desistir fácil, a não ser que eu perceba que não vale mais a pena. Ao chegar na estrada novamente, muitos foram embora. Eu ainda acreditava que poderia recuperar a prova. Subi o Morro Schmidt e desci. Mais um estradão e uma trilha infernal, na mesma situação que a anterior.


Encontrei o Everton e conversamos um pouco. Ele falou que estava desistindo da prova. Deu vontade de voltar junto com ele, mas resolvi arriscar mais um pouco.


Entrei em outra trilha e logo depois a subida em estradão, senti as câimbras nas duas pernas, forcei muito naquele lamaçal. Tomei um suplemento e subi o resto do morro empurrando a bike. O corpo já dava sinal de exaustão e não estava nem na metade da prova.


Tentei mais um pouco, dei uma forçada no ritmo mas sentia dores. Outra trilha de empurrar a bike e para mim foi a gota d'água. Não vim aqui para isso. Vim para pedalar, saltar obstáculo, empurrar a bike quando necessário. Não ficar arrastando ela por quilômetros e estragando todos os componentes.


Dei meu número para um staff e saí do circuito da prova. Hoje vejo que demorei para tomar essa decisão, deveria ter desistido antes. Teria me poupado e poupado a bike também. Saí da prova muito frustrado. Foram meses de treino e muito dinheiro investido para chegar aqui e a prova não ter o propósito do mountain bike. Mas é assim, se não vale a pena é melhor não fazer. Não é questão de desistir por não conseguir completar o percurso. Eu acredito que até conseguiria, mas a que preço?

Foi assim, criei muita expectativa e a decepção veio na mesma proporção. Mas como disse um amigo meu: "Não crie expectativas, crie galinhas e porcos. Se tudo der errado, você terá ovos com bacon".

Fui direto para o hostel. Coloquei a bike no teto do carro e fui tomar um banho. Voltei para o local do evento onde encontrei o Everton e o Flavio, logo chegaram o Ernandes e o Fernando. Todos desistiram da prova. Tivemos bastante assunto e eles tomaram chopp para afogar as mágoas. Eu não, pois iria dirigir em breve.

Arrumamos as tralhas no carro e paramos em um Subway para nosso almoço. Já era 15:00hs.


Assim foi mais um final de semana de aventuras e apesar da pedalada não ter saído como gostaríamos, foi muito bom estar na companhia desses amigos. Rimos muito e temos muita história para contar. Se eu vou voltar no próximo ano? É bem provável que não. Abraços e até a próxima aventura.

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domingo, 28 de abril de 2019

28/04/2019 - 1ª Etapa Copa Soul de Mountain Bike

O dia amanheceu preguiçoso e frio, depois de uma noite chuvosa. Acordamos ás 6:00hs para o café da manhã caprichosamente preparado pelo Sr. Fernando, dono do hostel. Depois preparamos as malas para a viagem após a prova. Chegamos cedo na concentração, mas o pessoal já chegava em peso.


Colocamos os acessórios e fomos pedalar para aquecer um pouco. Logo fomos procurar um lugar no grid e ficamos aguardando ansiosos o momento da largada.



Dada a largada foi aquele momento em que o coração dispara e a gente fica mais preocupado em não cair do que ganhar posições. No começo a rua era pavimentada com lajotas e uma leve descida, o que acelerou o ritmo da prova. Saímos da rua pavimentada para uma estrada que dá acesso às praias e agora começou a estrada de chão, quer dizer, a estrada de areia.



Como choveu na noite anterior, haviam muitas poças de água que escondiam buracos.


Chegamos na primeira praia e o dia nublado não tirou a beleza desse lugar que é incrível. Pedalamos pela areia firme da praia até entrarmos em uma trilha, a mesma que entramos ontem, mas hoje a porteira estava aberta e foi possível acessarmos o outro lado do morro. Pedalamos por estradões por mais alguns quilômetros até chegarmos em outra praia, mas ao contrário da primeira, essa tem o costão de pedras e assim que chegamos mais perto foi necessário enfrentar a primeira subida dura do dia.


Foi um percurso muito bem escolhido. Muitos morros, não longos, mas íngremes. Muitas trilhas, algumas bem técnicas, desci da bike algumas vezes para transpor um obstáculo, um degrau muito grande ou uma pedra. Mas nada de arrastar a bike. Pedalamos por muitas praias, algumas precisava fazer muita força por causa da areia fofa. Era desafiador manter a velocidade e equilíbrio nesses trechos.


Depois pedalamos por 10km em uma fazenda de búfalos. Tudo plano, mas o pasto estava bem pesado. Assim que cheguei na área pavimentada coloquei um passo para alcançar algum adversário. Assim que cheguei em um, outro veio na roda e fomos para a última subidinha antes da chegada. Gastei toda a energia (se é que eu ainda tinha) nessa subida para entrar nas curvas na frente. E deu certo.


Apesar dos outros competidores não serem da minha categoria, consegui colocar em prática o que eu vinha planejando.


Cheguei exausto, mas sabia que tinha feito um tempo bom. Logo encontrei o Ernandes que ficou em 6º na categoria do circuito sport. Fui beber um isotônico e comer algumas frutas.


Logo depois conferi o resultado da minha categoria e fiquei muito feliz ao descobrir que fiquei em 3º lugar na minha categoria no circuito pró.


Como nosso hostel era bem pertinho, fomos até lá para usar o chuveiro externo. Depois de muita lama é bom passar uma água. Retornamos ao local do evento para a premiação e sorteio de brindes.




Na prova fomos muito bem, ficamos felizes com nossas participações, já no sorteio das bikes não fomos muito bem. Como dizem: adquirimos experiência. Colocamos as bikes na pick-up e pegamos o rumo para Joinville. Assim foi mais um final de semana de passeio, diversão e competição na companhia de amigos. Quero agradecer a todos pela torcida e ao Ernandes pela parceria nos treinos e nessa etapa da Copa Soul.

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sábado, 27 de abril de 2019

27/04/2019 - Praia do Rosa - Imbituba - SC

Nesse final de semana, eu e o Ernandes fomos até a Praia do Rosa na cidade de Imbituba para participar da primeira etapa da Copa Soul de Mountain Bike que será realizada amanhã. Saímos de Joinville com uma fina garoa e a previsão do tempo não era das melhores.


Chegamos em Imbituba e fomos procurar nosso hostel que eu havia reservado bem baratinho pelo aplicativo. Por sorte era bem pertinho do local da prova, mas o Ernandes estava bem desconfiado com o lugar, digamos assim, pitoresco. Essa é a residência de um casal de argentinos (aliás, argentinos é que não faltam nessa praia) que alugam os outros quartos para viajantes. Banheiros, sala, cozinha, geladeira e até os quartos, são compartilhados. Por isso o preço é bem acessível.


Logo o Ernandes já se familiarizou com o local. Fomos almoçar em um restaurante bem perto e depois descansamos.







A tarde fomos até o local da largada pegar nossos kits e fazer um reconhecimento do percurso da prova e também conhecer as praias da região.




Entramos em uma trilha bem bacana, uma subida leve em meio à mata e chegamos em uma porteira fechada e uma propriedade particular. Fim da linha para nós.


Voltamos e acessamos o percurso pelo outro lado do morro. Pedalamos em mais uma praia e novamente encontramos uma porteira fechada.


Tudo bem, foi um bom giro e também tivemos tempo para conhecer o lugar. Voltamos para o hostel para tomar um banho, saímos para mais uma refeição e fomos dormir. A noite começou a chover forte.

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