sábado, 13 de janeiro de 2018

13/01/2018 - Morro Santo Anjo - Massaranduba - SC

Durante as pedaladas que fiz nas férias, o Flavio já me antecipou alguns objetivos que ele tinha para esse ano. Alguns deles considerados "ciladas". Fiquei curioso para saber o que o menino estava preparando e eis que vem um convite para esse final de semana, destino: Morro Santo Anjo. Engraçado que eu nunca tinha ouvido falar nesse morro, apesar de ser perto em relação à outros tantos morros que já desafiei. O dito cujo fica em Massaranduba, cidade do interior, de acesso fácil por estradas de chão ou pelo asfalto. Outros aventureiros também foram convidados para o desafio: Ernandes, Fabiano, Rodrigo e Cassiba (esse usou técnicas Cassiba e acabou não comparecendo). No sábado, nos encontramos ás 6:00 hs no pórtico da Expoville para começar essa aventura.


Primeiro pela BR-101 onde presenciamos o sol querendo nascer no horizonte.



Saímos do asfalto e passamos pela região do Poço Grande onde o sol, as plantações e as nuvens criaram um cenário que renderam muitas fotos.


Ponte sobre o Rio Piraí e divisa dos municípios Joinville / Guaramirim








Por enquanto a temperatura estava agradável, próxima dos 20º C, mas a gente já esperava que o caldeirão iria ferver mais tarde. Inclusive a previsão anunciava chuva e trovoadas a partir das 13:30 hs, então a gente já sabia o horário para estar em casa. Atravessamos a BR-280 e seguimos sentido Guamiranga.



Para encurtar o caminho era necessário passar pela ponte pênsil. O Ernandes perguntou se tinha outra opção. Claro, é só atravessar pela balsa, mas isso aumentaria o nosso percurso em uns 15 km. Eu achava que o Ernandes estava com muita vontade de pedalar, pois ele insistiu nesse negócio de atravessar a balsa. Mas a maioria venceu e atravessamos a ponte, depois descobri porque o Ernandes não queria vir por aqui. As imagens abaixo explicam:



Outro que atravessou a ponte com todo o cuidado foi o Fabiano, infelizmente não consegui registrar. Enquanto a gente esperava os dois atravessarem a ponte deu tempo para um lanchinho rápido kkk.


Encontramos um grupo de pedal no outro lado da ponte que disseram que o tal do Santo Anjo é pedreira e muito difícil. Achei um pouco de exagero, conheço muitos morros e ciclista tem mania de ser exagerado. Continuamos nosso passeio pensando no que ouvimos.




Um pouco de asfalto não faz mal a ninguém, mas logo a locomotiva foi desmantelada na Linha Telegráfica. Até agora não sei se isso é uma estrada, região ou qualquer outra coisa.


Fizemos uma parada rápida em um mercado para repor a Coca-Cola e doar um pouco de sangue aos borrachudos. A gente pensava que a parte difícil era só subir o morro. Sabe de nada inocente, ao chegar em um lamaçal, pedimos informação sobre um acesso alternativo, mas disseram que estava igual a esse, então o jeito foi encarar o brejo.


Não demorou muito para as rodas trancarem no quadro e as marchas pararem de funcionar.


Algo parecido com isso eu só passei quando fui para o Campos do Quiriri, aquilo sim foi uma cilada.



Depois do rali foi hora de achar algum graveto ou madeira para tirar o excesso de lama da bike.



Palmas para quem teve essa excelente ideia e o dobro de palmas para quem aceitou esse passeio no bosque. Depois do sufoco demos muitas risadas.



Mas o objetivo não estava concluído, era preciso subir o tal morro. De longe já avistamos o danado e para chegar na estrada que leva ao morro é preciso subir a rodovia também.




Chegamos no pé do Morro Santo Anjo, conversamos um pouco, comemos alguma coisa e tiramos fotos. O Rodrigo já estava muito cansado e resolveu se poupar um pouco, deixando para subir o morro em uma outra oportunidade.



A estrada já começa bem íngreme e cheia de erosão, logo no começo já escorreguei, tive que sair da bike e subir o resto do topezinho empurrando a magrela.



Ás vezes a estrada passa a impressão que o pior já passou, mas se engana quem acha que está fácil, de Santo e de Anjo esse morro não tem nada.



Toda a  estrada é rodeada de árvores e no caminho é possível ter acesso à algumas cachoeiras.


Depois de um bom trecho de muitas pedras e galhos no chão, começou um trecho com calçamento. Achei que seria mais fácil assim, mas fui enganado.

A cara já diz tudo: "Amo muito tudo isso".
Não me lembro de ter subido um morro tão íngreme e escorregadio, o Morro Azul em Timbó talvez, mas acho que a parte íngreme é mais curta do que esse. Eu procurava encaixar as travas da sapatilha entre os vãos das lajotas para ter tração nos pés. E assim foi por um bom tempo, empurrando a bike e cuidando para não chegar lá em cima com o joelho ralado.

Força Flavio.
Cheguei no topo e encontrei outros ciclistas que já estavam rindo, eu ainda não tinha tempo para isso, tentava puxar o ar que parecia não entrar nos meus pulmões.


Enquanto o pessoal ia chegando, eu já estava fascinado com o visual. O dia estava perfeito e do alto do morro é possível ter uma visão de quase 360º.








Ernandes chegando.



Fabiano não quer mais sujar a sapatilha.







Depois de muitas fotos fomos descansar um pouco na sombra. Pedi um Big Mac de mortadela com fritas e uma torre de chopp bem gelado para acompanhar, olhei nos bolsos e só achei a primeira opção.


Ficamos tão empolgados com o local que esquecemos do Rodrigo. O Flavio mandou uma mensagem pra ele e logo começamos a descida.


Aproveitamos para encher nossas garrafinhas em uma das cachoeiras que tem na beira da estrada.





Encontramos o Rodrigo e levantamos poeira da estrada no nosso retorno. O cronograma estava apertado e a temperatura já beirava seus 30º C.


Passamos por Putanga, Guamiranga e logo já estávamos na BR-280. Nos despedimos do Fabiano que seguiu sozinho enquanto a gente seguia para a próxima parada no Posto Brüderthal na rodovia do arroz. É como já falei em posts anteriores, no retorno a gente só pensa em chegar em casa o mais rápido e menos sofrido possível, até esqueço das fotos. Depois de um bom descanso no posto é hora de enfrentar os 40º C da rodovia do arroz e uns 20 km até em casa.


O bafo quente que vinha do asfalto incomodou mas não nos intimidou. No Vila Nova me despedi desses aventureiros, cheguei em casa ás 13:10 hs com 122 km rodados e antes da chuva, conforme previsto.

Quero agradecer ao Flavio pelo convite e pela oportunidade de conhecer esse lugar incrível e aos companheiros de pedal: Ernandes, Fabiano e Rodrigo que tornaram essa trip mais divertida. Foi um dia de conhecimento, sofrimento, superação e muitas risadas. Muito obrigado e até a próxima.

Confira minha pedalada no Garmin:

Confira minha pedalada no Strava: