15/11/2013 - 2º Dia Expedição Serra & Mar - de Rio Rufino á São Ludgero

Acordei ouvindo o galo cantar, olhei para o relógio era 6:20 hs, ainda faltavam 10 minutos para o despertador tocar. O Maneca já estava no banheiro. Levantei da cama e me senti bem melhor, pensava que estaria mais quebrado, mas estava sentindo as dores normais depois de um dia sofrido. Abri a janela do quarto e tinha a visão da praça central.

Conversei com o Maneca e abrirmos a porta do quarto que dava de frente com a mesa do café da manhã. E adivinha quem encontramos sentado aguardando o café?

Isso mesmo, o Cabelo veio nos encontrar, chegou de madrugada no hotel e já estava todo empolgado para pedalar. Logo depois chegou a Talita, esposa do Cabelo, também se juntou a nós na mesa do café e começamos a contar os perrengues que passamos. Apesar do Maneca ter avisado para não vir por aquela estrada de chão, ele veio pelo mesmo caminho que fizemos, só que de carro.

Colocamos os manguitos, a temperatura era de 16° C, fizemos a foto de saída mas ao pegar a bike notei que o pneu estava vazio. Só o que faltava ter que trocar a câmara uma hora dessas, pelo menos não foi ontem. Quando eu ia me preparando para pegar os apetrechos o Cabelo veio com aquela risadinha e com a bomba na mão. Ele esvaziou o pneu só para me dar um susto. Ainda bem, mas deu vontade de dar uns cascudos nele aquela hora.

Colocamos os alforges no carro de apoio e fomos enfrentar mais subidas, agora no asfalto.

A gente esta indo para as alturas, cada vez era possível ver o horizonte mais longe.

Chegamos no ponto mais alto do nosso passeio, na base do Morro das Torres. Aqui o GPS registrou altitude de 1548 m acima do nível do mar. No topo do Morro das Torres a altitude é de 1750 m. Para ir até lá era necessário passar por um trecho de estrada de chão, resolvemos ficar no asfalto.

A descida foi boa. Com o pouco movimento da rodovia a pista era nossa e a velocidade de quase 74 km/h.

Chegamos em Urupema e a Cabela já estava nos esperando para fazer um lanche rápido. Nosso próximo destino: Painel.

Além do excelente apoio que nos prestou, a Ita (Cabela) também fez excelentes fotos.

Chegamos em Painel, um vilarejo muito pequeno.

Na SC-114 seguimos rumo á São Joaquim, a pavimentação dessa rodovia e o acostamento são péssimos e o calor ia aumentando.

Paradinha rápida para um ajuste no selim.

O sobe e desce era constante. O Maneca estava odiando as descidas, pois depois de cada descida tinha que subir tudo de novo. O nosso apoio parou em um ponto estratégico durante uma subida, em uma barraquinha de maçãs e morangos. Aproveitamos um pouco as frutas e a sombra.

Apesar do cansaço nas pernas o visual era compensador.

Em São Joaquim ás 14:30 hs fizemos nosso almoço.

Não aguardamos a digestão e seguimos em direção a Bom Jardim da Serra.

Durante a pedalada era visível a destruição que os ventos causaram dias antes da nossa expedição.

A gente estava muito ansioso para chegar na Serra do Rio do Rastro mas o pedal não rendia.

Chegamos no mirante da serra e a sensação é indescritível, um lugar muito lindo, para a nossa sorte o tempo estava limpo e o azul do céu se confundia com o azul do mar.

Aproveitamos para fazer uma lanche reforçado que nosso apoio providenciou e tratamos de nos proteger mais do vento frio que fazia lá em cima.

Chegou o grande momento, o mais esperado dessa expedição, descer a Serra do Rio do Rastro.

A descida é muito boa e as curvas muito perigosas. Os freios são mais exigidos e a atenção também, ás vezes a gente ficava na dúvida se continuava descendo ou se parava para tirar fotos.

Em cada cidade que a gente parava eu mandava uma mensagem para minha esposa, meus pais e para minha tia que estava nos aguardando em São Ludgero. Minha tia chegou a perguntar se a gente queria que meu tio viesse buscar a gente de caminhão. Pô, dai não vale né?

Assim que chegamos em Lauro Müller o tempo esquentou novamente, atravessamos rápido a cidade enquanto escurecia e logo a gente estava em Orleans. Bastava agora subir a serrinha da Taipa que a descida nos jogaria para dentro da cidade de São Ludgero, nosso destino naquele dia. Depois de um dia inteiro de subidas enfrentar mais essa serrinha de noite não foi fácil. Passou por nós uma pick-up buzinando, era o Hamilton, amigo do Cabelo que ele conheceu no Audax. Logo ele voltou e fez a gente parar para bater um papo. Queria saber onde a gente iria ficar e quem sabe pedalar junto no outro dia. Pediu ajuda pois não achava a cidade de "São Ludovico". Essa cidade tu não vai achar por aqui mesmo, falei pra ele, nosso destino é São Ludgero. Então ele partiu para achar um pouso pelas proximidades e nós para terminar de subir o resto da serrinha.

Descemos a Taipa, uma descida longa que relaxou um pouco as pernas e chegamos em São Ludgero.

Costeando o rio Tubarão, seguimos rumo ao interior até a Toca dos Tigres, casa da minha tia Alba e do tio Bernardo. Eles já estavam nos esperando com uma janta no capricho: macarronada, arroz e vários tipos de carnes. Era o que a gente precisava. Devido ao cansaço não lembramos de fazer nenhuma foto quando chegamos. Agora o jeito era tomar um banho, comer e dormir porque amanhã tem mais 200 km.

Resumo do dia:

Distância: 203,58 km

Tempo: 13:36:57 hs

Velocidade média: 15,0 km/h

Velocidade máxima: 73,8 km/h

Altitude máxima: 1548 m

Altimetria acumulada: 4652 m

Temperatura mínima: 12,7° C

Temperatura máxima: 30,7° C