domingo, 9 de junho de 2013

09/06/2013 - 3º Marathon Márcio May Pedra Branca

Antes de contar essa história em detalhes, segue um compacto de menos de 5 minutos de como foi esse desafio. Peço a ajuda de vocês para indicarem esse vídeo e compartilharem o máximo. Obrigado.
Depois de 50 dias sem pedalar, resolvi enfrentar esse desafio que conheci no ano passado e agora está no meu calendário anual de pedaladas. Fiz minha inscrição em abril, para aproveitar o valor reduzido, com a esperança de ter a minha bike pronta até o dia da prova. Durante esse período sem bike aproveitei para participar de vários treinos e corridas de 10 K. O dia da prova se aproximava e nada da minha bike ficar pronta, ainda faltavam peças. Então perguntei ao Maneca se ele teria alguma bike lá encostada para pelo menos eu ter o prazer de completar o percurso. Ele disse que tinha sim e eu poderia usar nada mais nada menos que "a melhor bike do Brasil". No sábado eu e minha esposa saímos em direção à Palhoça, chegando lá fizemos o check-in no hotel e fomos buscar o kit atleta no modelo de cidade sustentável Pedra Branca. Ao chegar lá, fiquei um pouco desapontado em saber que a linda camisa de ciclismo que fazia parte do kit só tinha no tamanho M e P. Tudo bem, não é isso que vai desabonar a organização, afinal eu queria mesmo era participar da prova. No domingo acordamos cedo e podemos observar o nascer do sol na Pedra Branca.


Uma hora e meia antes da largada eu já estava pronto e fiquei dando umas voltas para observar a estrutura e visitar os patrocinadores do evento.



O pessoal da Shimano estava dando um suporte neutro para quem precisasse de ajustes antes da prova e durante a prova.


Enquanto eu passeava, vi o Márcio falando ao celular e conversando com algumas pessoas á sua volta. Provavelmente acertando os últimos detalhes para que tudo saísse perfeito. Mesmo assim ele teve tempo para uma foto.


O tempo passou rápido e os competidores se aqueciam nas avenidas próximas. Eu peguei a bike e fui dar umas pedaladas com ela, na verdade tive pouco tempo para fazer isso antes. Depois parei um pouco e fiquei olhando toda aquela gente, a estrutura montada, o narrador falando algumas frases, aquela música de fundo. Começou a me dar um frio na barriga e uma tremedeira rápida pelo corpo. Quem participa de competições sabe o que eu estou falando.


Não demorou muito e o pessoal já começou o alinhamento meia hora antes da largada. Para não ficar muito atrás eu fiz o mesmo.


Durante meia hora fiquei ali, parado, pensativo e ansioso. Ouvindo as últimas instruções.


As 9:00 hs foi dada a largada e a turma saiu em disparada, porém a largada é neutralizada até a saída do bairro. Eu estava bem atrás do pessoal da elite, acompanhando de perto. Quando as motos saíram da frente foi "pernas para que te quero". Antes da temida subida, tem um sobe e desce de lajotas, foi numa descida dessas que senti a corrente cair. Tentei  girar para fazer a danada voltar pro lugar dela mas não teve jeito, ela trancou entre o pedivela e o quadro e tive que parar a bike. Me abaixei e tentei puxá-la com uma das mãos e nada. Tive que sair da bike e apoiar o meu peito sobre o tubo superior e puxar a corrente com as duas mãos, agora ela saiu. Parti para uma corrida de recuperação enquanto a ambulância me empurrava.

Foto: MTB Marathon Márcio May Pedra Branca

Quem já pedalou aqui, conhece muito bem esse morrinho, não desse ângulo é claro. É uma subida muito longa e íngreme, porém é apenas a primeira. No segundo morro comecei a sentir mais dificuldades para vencer a subida. O que estava acontecendo? Resolvi forçar um pouco mais sem saber bem o motivo. Na continuidade da subida veio a resposta, com a vibração da estrada de chão e o meu peso o selim ia abaixando aos poucos sem eu perceber. Quando percebi estava quase dando joelhadas no meu queixo. Tive que parar e ajustar o selim. Depois veio a descida, que beleza, pra baixo todo santo ajuda. No final da descida equipes de apoio agitavam bandeiras e apitavam avisando sobre o perigo da "curva da ponte". Mesmo assim teve vários acidentes, mas nenhum grave.

Foto: Eduardo Schaucoski

Continuei minha corrida de recuperação, eu já avistava o próximo "alvo". O terreno no momento era plano e eu não estava achando um ponto certo para ultrapassa-lo. Começou a descida e eu grudei nele. Começamos a pegar velocidade e quando percebi já passava dos 50 km, ele freou a bike e eu também, porém a roda traseira travava com facilidade fazendo a bike rabear na pista, não deu outra, perdi o controle e fui em direção ao matagal e voei por cima da bike. A turma passava e eu ainda no meio do mato ouvia: "cadê o cara?". Levantei, peguei meu óculos, ajeitei o capacete e fui procurar a bomba. Por sorte nada aconteceu com a bike nem comigo, só alguns arranhões e um olho roxo. Montei na bike e os 15 minutos seguintes foram de passeio no bosque até eu me recuperar do susto.

Foto: MTB Marathon Márcio May Pedra Branca

Depois veio mais uma subida e nessa não teve jeito, desci da bike e empurrei enquanto arrumava novamente o selim.

Foto: MTB Marathon Márcio May Pedra Branca

Novamente uma descida e no final dela um trecho de asfalto. Foi quando presenciei mais um tombo de um ciclista que estava na minha frente. Ele se desequilibrou no trecho de terra e caiu no asfalto. Doeu só de olhar. No trecho de asfalto a descida convidava para uma velocidade maior enquanto os braços descansavam um pouco.

Foto: MTB Marathon Márcio May Pedra Branca

Quando terminou o asfalto já passava da metade da prova e o retorno foi feito pela estrada de chão que tinha o que? Subida. Eu não aguentava mais, estava exausto, forcei muito no começo e agora veio o reflexo dessa atitude. O sol fritava a minha cabeça e o copo d'água que eu pegava no apoio ia pra cabeça. O restante da corrida foi mais tranquila. Os morros não terminavam e eu pedalava devagar, empurrava e ás vezes parava para ajustar o selim. Foi a segunda vez que cogitei pegar carona (a primeira foi no desafio da Graciosa). Depois de 3 horas consegui completar o percurso de 52 km, com muitas dores e muito feliz pela 51ª colocação na categoria.



E assim foi mais um desafio e quero deixar o meu agradecimento ao meu patrocinador Apiários Sol do Oriente, à minha esposa, e ao Maneca que me emprestou a bike e assim pude participar de mais uma edição desse incrível desafio que não dá para perder. Em 2014 tem mais. Abraço.



Confira minha pedalada no Garmin:

Confira minha pedalada no Strava:

10 comentários:

  1. Parabéns pelo relato.
    Eu também fui um dos que cogitaram entregar o jogo.
    3 semanas sem pedalar e gripado, quase morri...
    Parabéns para nós e até a próxima.

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    1. Valeu Eleonésio, li o seu relato no Face e sei que não foi fácil. Tentei te achar entre o pessoal mas todos de capacete e roupa de ciclismo ficou difícil. Obrigado e força nos treinos para o próximo desafio.

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  2. Aconteceu tudo isso e você ainda chegou em 51°. Mostra teu preparo físico e claro que também graças à Melhor Bike do Brasil! Quando precisar é só falar.

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    1. Eu realmente poderia ter ido melhor, mas faltou tempo para testar a bike. Mesmo assim foi uma aventura muito boa, a sensação de vitória ao terminar uma prova dessas recompensa todo o esforço. Muito obrigado.

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  3. Axo que o Maneca te emprestou a bike com procedencia duvidosa.. rsss
    Apesar de todos imprevistos vc chegou a linha de chegada, a colocacaum eh o d menos, só d participar de um evento desse porte eh muito gratificante.
    Parabens...

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    1. Só por ter participado do evento já valeu, vou continuar com os treinos para melhorar na próxima. Será que o Maneca sabotou a bike? Kkkk que nada ele me fez um grande favor. Vê se vai no próximo. Abraço.

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  4. Muito legal o seu relato, foi uma aventura!!! Abraço
    Márcio May

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    1. Valeu Márcio, você não imagina como estou feliz em ler o seu comentário. Muito obrigado e parabéns pela ótima organização em seus eventos que não dá mais para ficar de fora. Com certeza no próximo vai passar de 1000 participantes. Abraço e se a gente não se ver antes, nos vemos em Rio do Sul.

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