domingo, 31 de março de 2013

30/03/2013 - Litoral do Paraná

Final de semana foi dedicado à família. Na quinta-feira arrumamos as coisas e baixei os bancos da Capivara para levar minha bike junto (Capivara é o nome carinhoso que dou pro VW Quantum 92 do meu pai que por enquanto eu tô usando) e fomos para a praia de Itapoá. Na sexta-feira aquele almoço especial e ainda sobrou tempo para pegar uma praia e no fim do dia uma pescaria com os afilhados. Avisei minha esposa que no sábado de manhã iria fazer um pedalzinho na praia, coloquei o despertador para ás 5:00 hs. Nesses dias de pedal com hora marcada eu sempre acordo antes do despertador e ás 4:30 hs acordei e ouvi a chuva forte que caía lá fora. Pedal adiado, uma coisa é pegar chuva no caminho, outra é encarar ela já na saída. Próximo ao meio-dia o tempo começou a melhorar e eu já estava arrumando os apetrechos. Saí de casa ás 13:30 hs, não sabia bem pra onde ir, resolvi dar uma passada no Porto de Itapoá que fica uns 8 km da casa do meu sogro. Passei pelo pontal de Itapoá e do outro lado do canal é possível avistar São Francisco do Sul.
Cheguei no porto e havia dois navios baldeando cargas e no trapiche alguns pescadores aproveitavam a tarde ensolarada para pegar uns peixinhos.

Saí do porto sem saber ao certo para onde ir, então resolvi voltar e pedalar pelas praias de Itapoá, passei pela avenida e segui rumo à Itapema do Norte.
Pausa para uma foto no monumento do Rotary.
Nesse momento a dúvida me incomodava, voltar para casa ou pedalar mais um pouco? Escolhi a segunda opção, segui pela avenida Saí-Mirim em direção ao Paraná. Cheguei na ponte sobre o rio Saí-Guaçu, divisa entre os estados de Santa Catarina e Paraná.

Na rodovia PR-412, ou Máximo Jamur, segui em direção à Guaratuba e comecei a explorar as praias do litoral paranaense.

O sol já se escondia entre as nuvens e alguns pingos começaram a cair. De longe grandes nuvens negras já anunciavam que momentos molhados estavam por vir.
Passei pelo Morro do Cristo e apesar da ameaça de chuva, a Praia Central de Guaratuba estava lotada.


Resolvi ir um pouco mais longe, o passeio estava gostoso e a descoberta de lugares diferentes estavam me empolgando e me deixando cada vez mais curioso. Aproveitei que a bike não paga para atravessar a balsa da Baía de Guaratuba e resolvi ir pedalar do outro lado.


Conforme prometido no início do ano, o investimento do patrocinador veio e agora os pedais terão o roteiro detalhado para quem quiser fazer essas aventuras sem se perder. Só um pouco de paciência que eu ainda estou aprendendo a mexer no brinquedinho novo.
Bora pedalar mais um pouco que esse tempo da travessia já esfriou. Pra esquentar, um morrinho antes de chegar na praia de Caiobá.

Na praia de Caiobá, um calçadão amplo e muita gente andando de bicicleta ou caminhando, apesar do tempo não estar colaborando. A chuva ameaçava todo instante, mas até agora foi só alarme falso.
Pontal do Sul? Já que estou aqui, por que não? É a última praia habitada do continente antes da divisa com o estado de São Paulo. Não sei se dá para pedalar no outro lado da Baía de Paranaguá, depois da Ilha do Mel tem mais uns 20 quilômetros de praia deserta até a divisa dos estados.
Na praia de Matinhos, ou melhor, nas pedreiras de Matinhos, muita gente deitada em cima das pedras, sentadas sobre as pedras e caminhando sobre as pedras, uma praia que não tem praia, a água fica a poucos metros da avenida. Mais uma atitude inconsequente do homem que pensa que a culpa é do mar que quer avançar sobre a cidade. A solução encontrada no momento é essa.

Aquela placa indicando Pontal do Sul ficou na minha cabeça. Fiquei pensando nisso e resolvi então traçar o meu objetivo para o pedal.
Eram tantas praias e balneários que fotografei só alguns lugares. Já eram 17:20 hs e eu ainda tinha que ir até o Pontal do Sul e voltar para casa. Resolvi fazer registros breves e pedalar mais forte.
Continuei pedalando por essa mesma avenida que depois ficou mais estreita e sem acostamento. Somente alguns carros esperavam a oportunidade certa para me passarem, a maioria passava tirando fino. Detalhe: esse trecho está sob concessão de uma empresa privada.
Pedalei mais uns quilômetros e cheguei no meu objetivo, junto comigo a chuva que agora veio pra valer, a areia acumulada no acostamento vira lama rapidinho e começa a encher os bolsos da camisa
Um lanche rápido no terminal de embarque para a Ilha do Mel.

Até aqui foram 98 km, restava agora pedalar 82 km até a casa de Itapoá. A noite caiu rápido e eu estava todo encharcado. Voltei pedalando pelo mesmo caminho, evitando entrar nas avenidas beira-mar, o objetivo agora era chegar em casa.
Cheguei em Caiobá e subi o morrinho para pegar a balsa, uma longa fila de carros já aguardava enquanto o "maquinista", sei lá o nome que se dá ao motorista da balsa, apanhava para encostar a balsa. Segundo ele, culpa da maré que estava vazando muito rápido. Quando ele conseguiu, recebeu muitas palmas e buzinadas do pessoal.
Ás 20:45 hs já estava em Guaratuba, mais um morrinho e a descida boa. Atravessei a cidade e cheguei no trevo da polícia rodoviária que dá acesso a Itapoá.
Naquela escuridão a lanterna ainda estava forte, percebi algo se mexer nas margens da rodovia, voltei para conferir e me deparei com um pequeno quati catando algumas sementes nas margens da rodovia. Joguei a luz em cima dele e ele ficou imóvel, pena que a câmera não ajuda. É esse contato que a bicicleta nos proporciona, quem mais que passou por ali naquele momento percebeu o bichinho? Infelizmente só perceberão ao passar por cima.
Continuei minha peregrinação, são 12 km no meio do mato, sem iluminação pública, sem casas, poucos carros passando. Era possível ouvir o barulho de alguns pássaros e bichos. Ás vezes quando eu passava alguma coisa se mexia rapidamente e fugia em direção a mata, apesar dos sustos eu estava tranquilo. Cheguei em casa ás 22:45 hs com mais de 180 km, muito cansado e com muita areia. Muito obrigado a minha esposa que depois cuidou de mim e no outro dia ainda lavou a bike. Esse também vai para a galeria do pedalzinho light.
Esse vai ser o símbolo que vou usar daqui por diante quando o trajeto foi gravado no GPS. Ainda estou tentando facilitar as coisas, mas é muita função. Aos poucos vou aprendendo.

Confira minha pedalada no Garmin: 

Confira minha pedalada no Strava:

6 comentários:

  1. Só de ler teu relato, deu vontade de fazer este pedal. Apesar de gostar de sair de casa com o cronograma quase fechado, as vezes é bom fazer estes pedais aventura.

    Este final de semana eu me dediquei muito a pós e a família, fiz apenas dois pedais de 4km com meu pequeno na cadeirinha, uma delícia.

    Um abraço

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    1. Naquele dia eu queria apenas conhecer algum lugar diferente. Saí sem saber pra onde ir, queria testar o GPS e aprender algumas coisas. O tempo foi passando e a distância aumentando até eu decidir até onde iria. Foi uma aventura. Abraço.

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  2. Você esta numa fase sem volta Jefo!!! Agora é somente ir cada vez mais longe para suprir suas necessidades físicas. Parabéns por entrar nesse grupo seleto de Ciclista de Longa Distancia.Ótimo passeio light.
    Também já andei por esses lados,dia 22/04/2012. http://natividadeaventurasjoinville.blogspot.com.br/2012/04/praia-de-leste-pr-220412.html
    Abraço.

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    1. Lembro dessa sua aventura, era quando eu estava começando a fazer umas pedaladas mais longas. Agora não paro mais e a culpa é sua kkkk. Abraço.

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  3. eh pedal, eh corrida, pelo visto com a ajuda do patrocinador esta cada vez mais estruturado e mais preparado para novas aventuras...
    Parabéns pelo pedalzinho. Muito bom..

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    1. Valeu Cabelo, agora só falta eu conseguir trocar de bike e treinar cada vez mais. Abraço.

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