sábado, 17 de janeiro de 2015

17/01/2015 - Indaial - SC

Essa ideia começou a ser traçada quando eu retornava de Rio do Sul do 8º Desafio Márcio May com minha esposa. Voltando pela BR-470 pegamos muito trânsito e fila na localidade de Indaial. Como eu já havia passado a entrada principal para Timbó, resolvi fazer o retorno e entrar na primeira estrada que eu encontrasse. O início da estrada era de calçamento, mas logo virou só estradão de terra. Sem GPS seguimos alguns quilômetros até encontrar um senhor na beira da estrada e pedimos informação. Ele disse que tinha passagem para Pomerode, nos orientou mas aconselhou voltar para o asfalto. Não seguimos o conselho dele e nos aventuramos nas subidas estreitas dessa localidade. Foi assim que surgiu a aventura que conto a seguir:

Saí de casa ás 5:00 hs pela rodovia do arroz, o clima já era quente e o céu estava nublado. Combinei de encontrar o Maneca no trevo da BR-280 em Guaramirim.




Segui girando mantendo a média necessária para eu chegar no horário e torcendo para não furar nenhum pneu. Ás 6:00 hs em ponto encontrei o Maneca no trevo da BR-280. Já todo empolgado pela aventura que estava por vir.


Logo no início o Maneca já impôs um ritmo forte. Acima dos 30 km/h como ele mesmo gosta e cobra de quem pedala com ele. Enquanto passávamos pelo interior de Guaramirim começou a amanhecer.





Fizemos a parada obrigatória no posto Zandoná para encher as garrafinhas com água gelada e gratuita.



Continuamos já sabendo que a primeira serrinha nos aguardava.


   
Fizemos uma foto ao passar pela entrada principal de Massaranduba. Eu estava usando o capacete da minha esposa que é um pouco menor do que o meu. Isso me incomodou um pouco pois além do desconforto eu estava me sentido esses MCs de crânio alongado.



Já em terras blumenauenses fizemos mais uma paradinha no portal de informações desativado.


Em seguida o Maneca avistou um pé de pera na beira da estrada. Estava difícil para alcançar algumas então o Maneca reviveu o seu tempo de moleque.






Pegamos o suficiente para ir comendo no caminho e colocamos algumas nas mochilas. Chegamos na BR-470, agora são só mais alguns quilômetros até nossa primeira parada oficial.





Andar nessa estrada sempre dá medo. Tem alguns trechos que não tem acostamento e somos obrigados a usar a pista. Nesse momento onde tiver uma canaleta a gente tá dentro.



Chegamos no nosso destino. Agora era só achar o posto de combustível para fazer o lanche.


O lanche foi um pouco demorado devido a fila no caixa mas serviu para descansar e comer bastante.



Seguimos viagem e iniciamos nosso retorno.


Como eu já havia falado, esse trecho inicial de calçamento é bem curto.






Passamos por algumas propriedades, fazendas e chegamos em um pequeno trevo onde tem esse galpão da associação Duque de Caxias.


Entramos á direita, agora era só olhar qual o caminho levava a gente para o alto e seguir por ele.


Pior se fosse risco de morte.

Caminho errado, fomos pela estrada de cima que é mais legal.
O trecho de subida chegou pra valer. Uma estrada bem íngreme, com pedras soltas e algumas erosões. O Maneca começou a me elogiar muito como sempre. Ele estava tão bem condicionado que conseguia tirar as mãos do guidão para bater palmas para mim. Oras, de nada Maneca.


Lá vem o nanico só no girinho.

Foto: Manoel Acácio Benhke Júnior.




É um lugar muito bonito, que aparentemente parou no tempo. Algumas casinhas de madeira, galinhas e vaquinhas pastavam à beira da estrada.



Depois de muita subida chegamos ao topo, 321 metros acima do nível do mar. A visão era magnífica e soprava uma brisa boa para aliviar o calor.




Iniciamos a descida e não tivemos muito tempo para fotos. O terreno é bem "escorregadio" devido as pedrinhas soltas sobre a estrada. Algumas chácaras são bem cuidadas e passam isso para as margens da estrada, que ficavam muito floridas principalmente com hortênsias.


Alguns sobe e desce.


Maneca moendo no downhill.





Chegamos em Pomerode e agora era só achar o caminho de casa. O roteiro contemplava cruzar a cidade, subir a serra e chegar em Jaraguá do Sul.







Olha a felicidade das crianças.
Paramos no portal para as fotos e nos direcionamos à lanchonete ao lado. Usamos o banheiro e nos lavamos um pouco. Depois dá-lhe protetor solar que o bicho tá pegando.


Resolvemos fazer nosso "almoço" em um mercado. Tomamos um litro de Coca-Cola cada um e comemos o lanche que trouxemos de casa. Para a sobremesa ainda tinha pera.


Para finalizar comprei chocolates ao leite para nós. Mesmo sabendo que não posso consumir isso durante atividades físicas intensas, resolvi ignorar a recomendação da nutricionista e come-los pois chocolate tem muitas calorias e também eu estava com muita vontade. Achei que só ia me fazer bem.


Assim que saímos do mercado começou a subida da serra. Era 12:30 hs, o sol estava bem em cima da gente.



O Maneca estava amando muito tudo isso. Me elogiava bastante pelo cronograma e por eu ter convidado ele. Cada vez estou me superando. Chegamos no topo da serra e na divisa dos municípios minha barriga já dava sinal que algo tinha dado errado.


O Maneca desceu naquele ritmo sem limites. Eu já estava suando frio e na bica d'água paramos para encher as garrafinhas. Minha barriga doía muito. Maldito chocolate. Pedi para parar no primeiro posto de combustível que a gente encontrasse.


Descemos e a dor foi aumentando. Vi um pequeno boteco aberto á beira da estrada e vai ter que ser ali mesmo. Pedi licença a proprietária que me mostrou a direção do banheiro para onde saí correndo enquanto o Maneca comia mais peras e ria muito da minha situação.


Depois de resolvida a questão agradeci a senhora e voltamos para a estrada enfrentar o sol. Essa correria toda me deixou mais fraco e um pouco mais branco talvez.


Começamos a fazer várias paradinhas estratégicas para escapar do calor e recompor as forças. Além do calor, um bafo quente subia do asfalto dificultando a respiração.


Paramos novamente para comprar água.

Aqui a fila tá muito grande. Vamos procurar outro.

Aqui tá legal. Acho que eu tô bem.
Compramos mais água, refri e tomamos alguns suplementos para conseguir chegar em casa.

Foto: Manoel Acácio Behnke Júnior.

Divisa dos municípios.
Chegamos em Guaramirim e seguimos pela BR-280. Paramos pouco antes do trevo onde nos encontramos pela manhã para descansar mais um pouco. Enquanto a gente conversava um pouco o pneu dianteiro da minha bike simplesmente esvaziou.



Feita a troca da câmara era hora de ir para casa. Me despedi desse carinha que até hoje topou todos os desafios que eu convidei. Claro que antes de ir ele me agradeceu mais uma vez rssss.



A paisagem da rodovia era muito bonita mas não amenizava o calor. Passei direto pelo posto de combustível em Brüderthal e resolvi parar no caldo de cana que tem na divisa Guaramirim - Joinville.


Infelizmente eles estavam reformando a barraquinha e não tinha o abençoado caldo. Que pena eu já estava sentindo o gostinho na minha boca. Eu não aguentava mais beber água, chega um ponto que não desce mais. Parei em um barzinho em frente ao britador e pedi uma H2O. A proprietária disse que só tinha em garrafa: - "pode ser" - eu respondi. Ela me trouxe essa garrafa da foto abaixo. Oras pode ser também rsss.


Fiquei vários minutos naquele barzinho até recompor minhas forças e segui na esperança de chegar logo em casa.



Depois de 188 km cheguei em casa acabado e bem ardido do sol. Era 17:15 hs e deu tempo de escapar da chuva. Que droga, chuva era o que a gente mais queria, só que durante o pedal.


Encostei as coisas como deu e deitei no piso que estava bem fresquinho.

Só no osso.
Foi um passeio legal, conheci lugares novos e enfrentei novos desafios. Melhor ainda foi a presença do Maneca que é o ciclista mais corajoso que eu conheço e topa qualquer loucura. Só não recomendo muito fazer esses pedais longos nessas tardes quentes. O correto é fazer pedais mais curtos nas primeiras horas da manhã. Estamos planejando mais desafios longos, mas acho melhor esperar mais um pouco. Abraços.

Confira minha pedalada no Strava:

6 comentários:

  1. Espero que a nossa dupla dure por muitos e muitos pedais fantásticos como esse! E a Equipe com os amigos que não puderam ir também! Obrigado pela oportunidade de conhecer esse lugar maravilhoso. Você é é um ótimo e perfeccionista navegador GPS!

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    1. Também tenho essa esperança Maneca. Você diz que um dia vai parar mas acho que você não consegue. Temos muitos lugares para explorar e muitos desafios pela frente. Quanto ao GPS, gostei do brinquedo. Abraços.

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  2. Muito bom pedal, sorte aos q foram pois pareceu muito interessante a exaustivo. Pedalar nesse forno não é para qq um.

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    1. Foi exaustivo mesmo. Quando estávamos em Jaraguá do Sul a gente não sabia nem o que fazer. Acho que o calor já estava afetando nosso raciocínio. Que bom que você está de volta pois tenho um desafio atravessado na garganta que preciso terminar e você e o Maneca tem que estar presente. Abraço.

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