Feitas as fotos e as devidas apresentações embarcamos na van em 11 aventureiros rumo a Morretes com direito a descida pela Estrada da Graciosa que trouxe boas lembranças quando descemos de bike. Chegamos no início da trilha onde o mapa já adiantava tudo o que nos esperava. O Caminho do Itupava foi aberto a partir de uma trilha indígena no período pré-colonial entre 1625 e 1654 por índios e mineradores e calçada com pedras irregulares por escravos ligando os municípios de Morretes e Quatro Barras. Foi uma das principais vias de comunicação entre o primeiro planalto paranaense e a planície litorânea até a conclusão da Estrada da Graciosa em 1873.
Depois de algumas fotos e ouvir algumas orientações, partimos da Estação Engenheiro Lange rumo ao nosso objetivo. No início uma estrada larga e pouco íngreme disfarçava o que vinha pela frete. O dia estava quente e o sol nos acompanhou em todo o trajeto até o anoitecer.
Um outro lugar que podemos conhecer futuramente é a trilha para o Salto dos Macacos que fica do outro lado do rio.
O caminho é cercado por montanhas e com poucas bifurcações, em algumas delas tem placa de indicação.
Saímos da estrada e para iniciar a trilha é preciso subir uma escada onde o primeiro degrau fica a um metro do chão.
Logo no início da trilha uma linda paisagem sobre a ponte do Rio Taquaral.
Durante a caminhada a gente não sabe nem para que lado olhar, a mata praticamente intocada ecoava o som do apito do trem que descia e subia os morros e dos rios que formavam pequenas cachoeiras.
Chegamos em mais uma ponte, agora sobre o Rio São João, depois paramos um pouco para nos hidratar.
O Maneca, como sempre, estava muito empolgado, parecia uma criança no parque de diversões.
Até aqui seguimos pela trilha sempre pisando sobre a terra úmida e fofa. Desse ponto em diante começa o calçamento feito com pedras pelos escravos. Andar por trilhas assim é como saltar em pedras sobre o rio, pois é necessário se equilibrar e escolher a pedra que vai pisar.
Depois de 5 km de caminhada, chegamos no Santuário Nossa Senhora do Cadeado, onde fizemos um lanche um pouco mais demorado.
Do santuário era possível ter uma linda vista do Pico do Marumbi.
Depois do lanche a gente precisava repor nossos estoques de água. Fomos informados pelo guia que havia uma bica da água do outro lado do túnel. Túnel? Por que não falou antes? Fomos correndo seguindo a linha férrea, mas fomos avisados que poderia vim um trem do sentido contrário a qualquer momento.
Começamos a procurar a bica d'água, mas antes de achá-la ouvimos novamente o barulho do trem agora do outro lado. Será possível? Pensamos. Não deu outra, o trem apareceu depressa e tivemos que escolher um dos lados do trilho e esperar.
Depois que o trem passou encontramos a bica d'água e enchemos nossas garrafas, voltamos rápido, vai que aparece outro trem, pelo jeito essa ferrovia é movimentada.
A trilha continuava do outro lado dos trilhos e para a nossa surpresa tínhamos que subir uma escada sem degraus, só tinha corrimão.
Depois mais uma escada, agora mais completa, mas muito íngreme.
Depois de subir escadas a trilha continuou muito forte sobre as pedras. Esse senhor também estava no nosso grupo, um exemplo de força de vontade, com 78 anos, se não me engano, fez a trilha completa sem resmungar.
Continuamos a trilha um pouco mais rápido que o restante do grupo e nos distanciamos um pouco. Eu aproveitava o tempo para observar as árvores, pássaros e fazer mais fotos.
Após uma sessão de fotos percebemos que o Cassiba sumiu na nossa frente, tentamos alcançá-lo, chamamos e nada. O Maneca usou o apito esperando uma resposta mas a mata ficou em silêncio. Tudo bem, ele já é grandinho e sabe se virar. Paramos em mais um rio para pegar água e descansar um pouco, nesse momento encontramos o Cassiba na margem do rio.
Reunimos novamente o quarteto e continuamos a caminhada sobre pedras e a altitude só aumentava. Nesse ponto a altitude era superior a 900 metros em relação ao nível do mar.
Novamente atravessamos os trilhos e chegamos nas ruínas da Casa do Ipiranga. Construída alguns anos depois da ferrovia para residência do engenheiro chefe da linha e posteriormente como clube de lazer e festas. Abandonada foi rapidamente destruída por vândalos. Próxima a casa, uma estufa feita com trilhos.
Assim era a Casa do Ipiranga.
Foto: Zig Koch
Ficamos ali descansando e esperando o grupo por mais de uma hora, mas a gente não sabia que eles estavam visitando mais "atrações" que passamos batido por não conhecer o lugar. Agora temos um motivo para voltar lá e fazer essa trilha novamente. Seguimos o caminho e pela nossa caminhada a gente iria chegar no final da trilha próximo ao anoitecer. Eu já estava muito cansado e com fome, acho que todos estavam por isso é que apertamos o passo.
A trilha passava entre duas montanhas, nesse momento chegamos no ponto mais alto da nossa caminhada, 1076 metros de altitude, depois uma descida suave relaxou um pouco as pernas.
Uma clareira indicava o caminho a ser seguido para quem iria descer a trilha, a expectativa de chegar no final foi assunto das nossas conversas por mais alguns quilômetros.
E com quase 8 horas e 18,2 km caminhados sobre pedras, chegamos no final da trilha. Eu estava exausto e com muita fome, mas satisfeito por ter completado o percurso e ter conhecido esse lugar maravilhoso.
Com certeza, vou ter que voltar aqui e fazer o caminho inverso, para ver algumas coisas que não consegui ver nessas oito horas no meio da mata. Paramos em um barzinho ali perto para comer um salgadinho e tomar uma gelada até o grupo chegar. A aventura continuou com a volta para casa.
Muito obrigado ao Sidnei pela excelente escolha na aventura e pelo translado Joinville - Curitiba. E quero agradecer ao Maneca e Cassiba, companheiros de aventura. Quem quiser ver mais sobre essa aventura é só visitar Natividade Aventuras Joinville. E para ver o caminho e saber onde fica é só baixar no GPS.
Confira minha caminhada no Garmin:
Confira minha caminhada no Strava:
Q trip loka!!! Na proxima quero ir junto. Local fantastico mesmo. Parabens por mais essa conquista.
ResponderExcluirAbs
O Cabelinho, faltou você nessa. Foi muito legal, rimos muito e conhecemos um lugar muito bonito. Vamos fazer outra daqui a alguns dias. Abraço.
ExcluirJefo, foi uma aventura daquelas para guardar na memória por toda vida! realmente faltou o Cãobelo.
ResponderExcluirEspero que essa não seja nossa última vez, vamos repetir a trip Loka e levar o Mimadinho do Cabelinho também. Uma só palavra: "Fantástico"
Essa vai ficar marcada pra sempre. Com certeza não será a última, temos muitos lugares para desbravar. Até a próxima.
ExcluirMuito show o relato.
ResponderExcluirSugiro disponibilizarem as trilhas neste site: www.wikiloc.com
assim muita gente vai poder usar, sem instalar o programa da garmin.
Muito obrigado pela visita e pela sugestão Samuel. Comecei a pouco tempo usar o GPS e ainda não conheço a maioria das ferramentas disponíveis. Vou dar uma olhada no site que você sugeriu e verificar o procedimento para tal. Abraço.
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