domingo, 16 de setembro de 2012

15/09/2012 - Santuário Madre Paulina em Nova Trento - SC

Esse foi um final de semana de uma grande aventura. Tive a honra de ser convidado pelo Maneca do blog Natividade Aventuras Joinville para participar do último grande desafio de bike do ano. Participaram também o Cassiba, companheiro sempre presente nas aventuras do Maneca e o Deivi, mais conhecido como Cabelo ou Cavalo Doido do blog Diário de Ciclista. Na quinta-feira anterior ao desafio fui até a casa do Maneca para combinar os últimos detalhes. Então marcamos para sair no sábado ás 4:00 hs da casa do Maneca que fica próximo a BR-101. Chegou o grande dia e como eu moro do outro lado da cidade tive que acordar ás 2:15 hs e saí de casa ás 3:15 hs chegando na casa do Maneca pouco antes das 4:00 hs conforme combinado.
O Cassiba já estava ligado e doido para começar a trip. O Deivi ainda não tinha chegado e logo pensamos que ele poderia estar esperando no viaduto da BR-101. Quando chegamos no viaduto ele estava lá fazendo barulho com um apito.
Foto: Deivi Schiochet
Pegamos a BR-101 sentido sul e logo percebi que acompanhar os caras ia ser outro desafio. Ditaram um ritmo forte que no início consegui acompanhar bem.
A nossa pedalada noturna foi assim, eu ainda estava conhecendo o pessoal, então contamos histórias, piadas e ficamos conversando sobre outras aventuras também.
Continuamos pedalando num ritmo forte observando no restinho da noite o céu estrelado, sinal que o dia seria de sol forte. Passamos pelo pedágio de Araquari e em poucos minutos passamos por Barra Velha.

O embalo estava bom e a média de velocidade só subindo, quando estava passando por Piçarras um imprevisto fez a gente antecipar nossa primeira parada. O pneu traseiro da minha bicicleta encontrou uma haste de rebite no chão que atravessou o pneu e a câmara em dois lugares. Tentamos fazer um remendo mas não foi possível devido aos dois furos da câmara. Coloquei uma câmara nova.

Já estava amanhecendo e aproveitamos para descansar um pouco e fazer uma refeição rápida.

Foto: Deivi Schiochet
Pegamos a estrada novamente e logo o sol já aparecia no horizonte e o céu estava sem nuvens.
A felicidade era geral e contagiante, o Maneca pegando no pé do "Gacimba" ou "Cãossimba" e outros apelidos que ele inventava. Cada lugar diferente era motivo de poses e fotos.

Foto: Deivi Schiochet
Enfrentamos o trânsito de Itajaí com muitos caminhões e filas devido a reforma de uma ponte, mas esse momento tenso durou apenas alguns quilômetros.
O ritmo continuava forte e apesar de sermos apenas aventureiros e atletas amadores, pedalamos em equipe, fazendo revezamento do vácuo sempre que possível, assim cada um encara o vento um pouco enquanto os outros dão uma relaxada na perna e evitam o desgaste desnecessário, como fazem as grandes equipes do ciclismo profissional. Usando essa técnica passamos por Itajaí com 90 km rodados e média de 29,5 km/h.
Em Balneário Camboriú o Maneca e o Deivi imprimiram um ritmo mais forte que eu e o Cassiba não conseguimos acompanhar. Na verdade acho que eu que não consegui acompanhar e o Cassiba ficou para me fazer companhia. Então o Cassiba falou pra mim: "O Cavalo Doido vai querer subir o Morro do Boi então nós vamos pelo túnel para cortar caminho". Então tá né, esse "Cassimba".
Nossa pedalada continuou no mesmo ritmo mas não avistávamos mais o Maneca e o Deivi então o Cassiba começou a me questionar: "Por que a gente não veio de carro né? A gente poderia ter ido até no pastel do Rio da Prata. Por que a gente faz isso?". Daí eu respondi pra ele: "Porque é sempre bom fazer uma pedaladinha ligth". Foi um momento de descontração para esquecer um pouco o cansaço.
Próxima parada a 8 km.
Nosso destino.

No trevo de acesso a Tijucas o Maneca e o Cavalo Doido estavam esperando a gente. Pose para mais uma foto.
Paramos num posto de combustível na cidade para fazer um lanche e o Cassiba foi verificar a bicicleta, pois segundo ele a pedalada não estava rendendo porque a bike estava com o freio-de-mão puxado.

Foto: Deivi Schiochet
Foto: Deivi Schiochet
Fizemos um lanche rápido e saímos novamente rumo ao nosso destino. Depois que saímos do posto sentimos um vento lateral forte que prejudicava o rendimento do pedal. Agora era preciso atravessar a cidade e chegar em Canelinha.
Esse Deivi é sem limites mesmo, o cara tem uma disposição fora do normal. Para ele não tem reta, subida e calçamento, o ritmo é sempre o mesmo, acho que é por isso que chamam ele de Cavalo Doido. E ainda tinha vezes que ele "controlava o trânsito" com seu apito barulhento. Chegamos em São João Batista.
Mais algumas pedaladas e já estávamos em Nova Trento, agora é só achar o caminho que leva até o Santuário Madre Paulina.
Passamos pela cidade e encontramos o acesso.
No caminho avistamos várias vinícolas e grandes campos com parreiras de uva, comuns nessa região.

Chegamos em nosso destino ás 11:00 hs com 175,59 km rodados, Santuário Madre Paulina, um local muito bonito e tranquilo. Vale a pena vim um dia fazer uma prece e passear pelas redondezas, apreciar a gastronomia típica e saborear um vinho.
Fizemos algumas fotos em frente a escadaria e outras mais acima. Até que alguém deu a ideia de subir a escadaria carregando a bike nas costas.
Ainda não sei se era pra pagar alguma promessa, mas todos participaram. Então quem não precisava pagar promessa, já pagou antecipadamente caso precisar fazer alguma no futuro. Segue vídeo:
Lá de cima é possível avistar grandes montanhas e algumas construções, além do teleférico.
Sentamos na calçada mesmo e fizemos uma parada mais longa, esse era nosso almoço, contamos mais histórias e rimos de algumas situações que ocorreram no caminho.
Foto: Manoel Acacio Behnke Junior
Depois de alimentados, cada um de alguma forma fez pedidos e agradecimentos e para registrar a passagem uma foto com Madre Paulina.
Deixamos o Santuário Madre Paulina ao meio-dia com vontade de ficar um pouco mais, mas era preciso voltar para casa, então decidimos voltar por Brusque, um caminho mais curto mas que tem duas subidas fortes, conforme eu me recordava do Audax 200. O sol estava forte sobre nossas cabeças e agora era vento contra, comecei a ficar cansado.

Foto: Manoel Acacio Behnke Junior
Passamos por Brusque e o desafio agora era chegar na BR-101, o Cassiba e o Deivi se mandaram na frente, já o Maneca por solidariedade ficou para me acompanhar. Chegamos no "retão sem fim" da SC-486, o vento contra continuava ainda mais forte, pedalava a 20 km/h com bastante dificuldade e comecei a sentir dores. Olha só a minha cara de felicidade.
Me desgastei muito nesse trecho e quase não tinha mais forças, até que enfim avistamos a BR-101 e fizemos uma parada num posto de combustível para "completar o tanque" que já estava vazio.

Foto: Deivi Schiochet
Depois de uma boa alimentação me recuperei um pouco e saímos do posto rumo ao Playground do Maneca. Na foto abaixo é possível perceber que não tem tempo ruim.
Na BR-101 o vento forte continuava, mais uma vez não consegui acompanhar o ritmo dos três e enquanto o Cabelo e o Cassiba disparavam, o Maneca ficou para me fazer companhia. Ainda bem que agora faltam só 83 km até Joinville.
Chegando em Barra Velha o vento contra diminuiu mas o cansaço não, ás vezes tentava dar uma puxada mais forte mas logo o ritmo caía de novo.
Enquanto a noite caía o Maneca me incentivava e tentava me dar a força que eu não tinha, já estava exausto e não via a hora de descer da bike. Nessas horas pensava na frase que eu falei pro Cassiba: "sempre é bom fazer uma pedaladinha ligth".
Até que enfim chegamos em Joinville e mais alguns quilômetros pedalando ouvimos o apito do Deivi, fazendo festa com a nossa chegada. Eles já estavam nos esperando há 25 minutos.

Foto: Deivi Schiochet
Fui até na casa do Maneca para descansar um pouco e tomar um Gatorade geladinho. Cheguei na casa do Maneca ás 19:15 hs com 313,13 km rodados com média total de 23,9 km/h.


Tomamos um Gatorade e ficamos reclamando um pouco das dores, mas isso é só na hora que chega, depois relembrando tudo o que a gente fez dá vontade de fazer de novo. Maneca, muito obrigado pelo convite e ao Cassiba e Deivi pela companhia, foi um dos melhores passeios ciclísticos que já participei he he. Obrigado também ao Cassiba por ter me dado uma carona de carro até em casa, naquele momento voltar pedalando até em casa seria desgastante e desnecessário. Nesse pedal tenho certeza que conheci três grandes pessoas. Quem quiser saber mais sobre essa aventura acessem o Natividade Aventuras Joinville e o Diário de Ciclista.

8 comentários:

  1. Muito legal mesmo "Jefa".
    Prazer em te conhecer e melhor ainda num bom pedal.
    Dores, desconforto são normais, o melhor foi superar seu limite, mesmo em ritmo menor, vc chegou e fez oq muitos dizem que aguentam, mas nem tentaram fazer.
    Belas fotos e boa postagem.
    Q venham mais pedais, podem ser mais light mesmo.. hehehe
    Abs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu Deivi, realmente foi uma superação para mim. Eu sabia que iria chegar, mas queria chegar antes. Vou continuar com as pedaladas e com os treinos, quem sabe um dia chego no nível de vocês. Obrigado pela companhia e vamos marcar outro pedal desses. Abraço.

      Excluir
  2. Jefa (como diz o Deivi), foi muito gratificante participar de um pedalzinho light com Você, Cassiba e o Deivi. Espero poder fazer muitos outros passeiozinhos deste tipo com você!! Para mim isso é uma grande conquista. Parabéns também para você, Deivi e Cassiba. Não perde contato hein! E aí, qual é o próximo Desafio?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Esse Deivi é um figura mesmo. Foi um pedal muito bom, onde minha maior conquista foi conhecer vocês três. Obrigado pelo convite e vamos marcar outro "passeio" como esse. Próximo desafio Corrida do SESC. Abraço.

      Excluir
  3. Parabéns pelo esforço Jeferson. Acho interessante quando as pessoas tem humildade em assumir que tem dores no corpo ou que o desafio realmente foi exigente, afinal somos seres humanos e temos nossas limitações, não é?

    No próximo, dá um toque que eu penso em ir junto. Vou precisar treinar bastante pra acompanhar este ritmo de atleta, mas eu chego lá.

    Um abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É Marcelo, eu pensei que estava bem no pedal, mas o ritmo dos caras é ritmo de competição o tempo todo, mesmo assim foram parceiros e não pedalei sozinho em nenhum momento. Próxima semana tem corrida do SESC então podemos fazer um pedalzinho no final de setembro ou em outubro. Abraço.

      Excluir
  4. Jefo, ou Jefa como diria o Cabelo Doido, quero dizer mais uma coisa:
    "Ninguém é de Ferro e todos cansam. Assim como o Marcelo falou, todos tem seus limites, uns podem demoram um pouco mais, mas todo mundo sente dores e cansa.
    Abraço e até a próxima na corrida do SESC.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu Maneca, nessa pedalada superei meu limite, para a próxima meu limite agora é outro, bora vencer mais um. Abraço.

      Excluir