sábado, 9 de maio de 2015

09/05/2015 - Estrada da Graciosa

Nesse final de semana marquei para fazer a edição comemorativa do pedal da Graciosa que havíamos feito em 2013. Na época passei muito mal e ao chegar em Garuva chamei resgate. Por isso esse desafio ainda estava entalado na minha garganta e eu tinha que fazer de novo. Convidei os mesmos loucos da outra vez: Maneca, Cassiba e Cabelo. Os três aceitaram o desafio e o Maneca ainda convidou outro louco por longas distâncias, o Hamilton, mais conhecido como Capitão, veio do Rio Grande do Sul prestigiar nosso evento. Dias antes do evento o Cassiba dá um "meio aborta", mas falou que dessa vez iria ao nosso encontro. É chegado o dia, que seria de muitas surpresas. Acordei ás 2:30 hs da matina, fiz um café e saí um pouco atrasado de casa. O céu estava estrelado e fazia muito frio.


Cheguei no posto Rudnick, local do nosso encontro, passando um pouco das 4:00 hs, todos já estavam lá me aguardando e começaram as surpresinhas. Primeiro todos estavam "combinandinho" e não me falaram nada. Saímos para o pedal e reparei que nenhum deles tinha mochila para alimentação. Surpresa!!!!! vai ter carro de apoio só eu não sabia kkkkk. A Talita, ou Dona Cabela, iria fazer o apoio com o carro do Capitão.


O Capitão já começou puxando num ritmo frenético e o Maneca não largava da rodinha dele.


O ritmo estava bom e assim ajudava a esquentar um pouco. Logo chegamos no pedágio de Garuva e divisa dos estados.




Enfrentamos a dura subida da serra da BR-376, ela não é tão íngreme, mas é muito longa, em vários trechos não tem acostamento e a gente precisa dar com o ombro nos caminhões para eles se afastarem um pouco rssss. O Capitão e o Maneca foram na frente e o Cabelo e eu ficamos num ritmo mais confortável. Ás 6:30 hs chegamos no alto da serra no antigo posto da polícia rodoviária para fazer nosso lanche, mas a gente não sabia que já tinha um novo posto e o Capitão não parou. Nós fizemos o lanche no mesmo local da última vez e enquanto isso eu e o Cabelo dávamos esporro no Maneca que deixou o Capitão escapar.


Seguimos nosso pedal na esperança de encontrar o Capitão mais a frente e presenciamos ele saindo da PRF todo enrolado de papel e com o corta vento para espantar o frio. Nesse momento o termômetro registrava temperatura abaixo dos 8° C.



O sol até queria aparecer, mas foi por pouco tempo, pois logo a neblina já o escondeu novamente.





Chegamos na represa Vossoroca, ponto de parada para fotos. Aqui a ponte balança muito quando passa os caminhões e num balanço desses a câmera do Maneca, que estava em cima da mureta, quase foi parar na água.




O sol se escondeu de vez e a neblina fez parte da paisagem do planalto.




Na APLS fizemos uma parada para tomar um café e esquentar um pouco o peito.




Nosso desejo era encontrar a saída para a BR-116, pois ali o sobe e desce não é tão intenso como na BR-376.



Já na BR-116, temos que fazer mais uma parada para registrar a foto da placa que indica o litoral.



Aproveitamos essa parada para tirar algumas peças de roupas, pois as nuvens estavam se dissipando e a presença do sol era mais frequente.




Como da outra vez, encontramos vários ciclistas treinando na região. Uma hora um grupo de ciclistas passa por nós e o Capitão e o Cabelo foram na roda deles. Eu e o Maneca ficamos acompanhando de longe.






Nossa próxima parada era no último posto antes da Estrada da Graciosa, chegamos lá e a Cabela já nos aguardava com comidas e água. Da outra vez não tava tão fácil.




Mas vamos pedalar porque ainda tem chão pela frente. Lembrei da falsa placa, mas dessa vez ela não nos enganou.

Falsa placa



Mais alguns quilômetros e chegamos no portal símbolo da estrada. Aqui demoramos um pouco mais para fazer os registros necessários e tirar mais peças de roupas.




Se engana quem pensa que agora é só descer, tem muita subida pela frente.





Agora sim começou a descida, a mata se fecha sobre a estrada e o barulho de água dos vários riachos à beira da estrada se torna constante.




Estava tudo muito divertido até começar o trecho de paralelepípedos e eu consegui alcançar os speedeiros. Eles falaram que é um inferno descer de speed essa estrada, eu que estava de mountain bike não achei tão complicada assim.











Depois de 8 km a trepidação chegou ao fim e já começamos a programar nossa próxima parada.




Combinamos de parar na EcoVia da BR-277 e para isso era preciso primeiro atravessar a cidade de Morretes.



Enquanto a gente pedalava a paisagem a nossa volta ia revelando os morros que estávamos circulando e tivemos uma breve aula de montanhismo com o professor Maneca.




Passamos por Morretes e agora era só chegar na BR-277.





Aqui as estradas também não tem acostamentos e mais uma vez disputamos lugar com os veículos, a maioria tem bom senso e passa longe, mas tem alguns que fazem questão de tirar uma fina e depois ficam olhando a nossa reação pelo retrovisor. Chegamos na BR-277 e aqui vale a seguinte regra: não importa em que direção você vai, o vento sempre vai ser contra.



O Capitão deu uma puxada, com muito sacrifício consegui grudar na roda dele e em pouco tempo já estávamos na EcoVia. Mas para a decepção dos meus amigos, que não são autossuficientes, o carro de apoio não estava lá e eu que já estava começando meu lanche tive que levantar acampamento para encontrarmos a Dona Cabela mais a frente.



Saímos da BR-277 e entramos na PR-508, a Cabela passou por nós e parou logo após a polícia rodoviária para fazer o lanche e trocar a câmara do pneu dianteiro da bike do Capitão.




Assim que paramos já levamos esporro do apoio, pois ela achava que pegamos algum atalho. Tentamos refazer as nossas rotas e não descobrimos nada, o importante foi que ela nos achou.



Depois que fizemos a primeira troca notei sangue nas pernas dos meus amigos e as minhas não estavam diferentes. Foi quando percebi que os borrachudos estavam se aproveitando da nossa bondade e fazendo uma transfusão de sangue nervosa.



Logo depois o Capitão notou que o pneu traseiro também estava vazio e partimos para mais uma troca.



Com muito receio o Maneca foi verificar os pneus da bike dele e teve uma surpresa nada agradável. Pode trocar a câmara também nanico.



Muitas trocas depois e alguns litros de sangue a menos conseguimos prosseguir a nossa jornada. Combinamos de aproveitar o tempo na balsa para lanche ou outras necessidades e fazer a última parada oficial em Garuva já próximo a BR-101.





Chegamos na balsa e para a nossa surpresa o Cassiba estava nos esperando. Isso deu um ânimo a mais e renovou as esperanças de chegarmos cedo em casa. Lembro que em 2013 nesse ponto do trajeto eu não estava nada bem.





Saímos da balsa e subimos o morrinho duro para chegar na cidade de Guaratuba. Na descida era possível avistar a mata, a cidade e o mar.


No trecho plano a bike ainda seguia embalada e alguns pararam para um pipistop. O Cabelo ia na minha frente, eu guardei a câmera no bolso da camisa e dei uma espiada para trás para ver se os outros já estavam vindo. Quando olhei para frente o Cabelo estava parado e acertei o guidão nas costas dele fazendo a gente ir para o chão.




Por sorte nada de mais grave aconteceu, somente alguns ralados e danos materiais. Seguimos nosso pedal mas percebi que isso abalou o psicológico do grupo, principalmente meu e do Cabelo. Pedalei por muitos quilômetros sozinho enquanto refletia sobre o ocorrido. Lembrei que foi pelo mesmo motivo que quase fui para baixo de um caminhão quando bati no Maneca em um outro pedal. Agradeci por não ter sido um carro que cortou a minha frente ou uma criança que tivesse atravessado a rua naquela hora. Os três aceleraram o ritmo, eu e o Cabelo pedalamos juntos até a entrada de Garuva em silêncio.


Acho que esse fator emocional afetou meu organismo e tive que fazer uma parada de emergência no primeiro posto da cidade. O Cabelo seguiu para avisar o grupo. Logo em seguida encontrei os outros no ponto de encontro.


Seguimos então para a última pernada do desafio. O Cassiba estava com "sangue no zóio" e puxou o pelote. Eu ainda um pouco abalado fui no meu ritmo e só pensava em concluir o objetivo.


Já em Pirabeiraba comecei a me sentir mal de novo e fiz uma parada no posto Zandoná para aliviar mais um pouco de peso. Segui sozinho sem muita esperança de reencontrar meus amigos pois eu já estava bem atrasado. Quando estava passando em frente a rua dos Bororós encontrei o Capitão e o Maneca trocando mais uma câmara.



Já estávamos falando em despedida quando no Distrito Industrial de Joinville encontramos o Cabelo e o Cassiba nos esperando por mais de meia hora. Agora sim conseguimos fazer a foto oficial de despedida com todos os ciclistas.


Pedalei mais uns 5 km até em casa e fechei o desafio com 323 km. Quero agradecer ao Maneca e Cabelo por sempre me acompanharem nessas loucuras, ao Cassiba pelo incentivo, Capitão por aceitar o convite e disponibilizar seu carro para o apoio e a Talita pelo apoio, atenção e paciência que tem com a gente. Nossa equipe é muito forte e a nossa amizade maior ainda. Abraços.

Confira minha pedalada no Garmin:

Confira minha pedalada no Strava:

6 comentários:

  1. Minha bike já me levou para lugares incríveis, vivenciei todo tipo de emoção em longas viagens e curtos treinos e nesses 3 anos que pedalamos juntos já fiz mais coisas que todo o resto destes meus quase 43 anos de idade! Essa foi mais uma para o Curriculo e para o fundo do meu coração! Espero logo a próxima!

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    1. Muito obrigado pela parceria Maneca. Com certeza ainda temos muitos lugares para conhecer. Abraço.

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  2. Muito bom, pena alguns incidentes, mas ainda bem que ninguém se machucou isso são ossos do ofício.

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    1. Infelizmente estamos sujeitos a esse tipo de situação, seja com terceiros ou entre nós mesmos. O importante é que ninguém se machucou gravemente. Temos que aprender com nossos erros. Obrigado pela visita, abraço.

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  3. Isso ai Jefo, parabéns por ter vencido mais essa, pois essa eu sei que tem um sabor especial. Pena que acaba tão rápido. hehehe.... Temos imprevistos que sempre poderão ocorrer, mas nada pode tirar o brilho da conquista da vitória de mais uma para esse extenso currículo. A próxima podemos ir com a bike fantasma... hehehe..
    Obrigado pelo convite de mais um pedal recreativo e mais uma vez parabéns.
    Abs

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    1. Obrigado pela parceria e compreensão. Não seria a mesma coisa se algum de vocês não tivessem completado também. Toda vez que eu completava uma etapa do audax eu ficava pensando que essa rota ainda estava pendente. Agora tá feito. Ainda teremos muitos passeios nos bosque como esse. Abração.

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