Chegamos na casa do Moacir, esperamos um pouco pois ele tinha saído com a família, mas logo ele chegou e nos convidou para entrar. Chovia e já colocamos os apetrechos para ir se acostumando com a roupa molhada.
Ajudamos o Moacir a encher o bote e partimos rumo ao Quiriri. Seu filho Vinicius também foi com a gente e como tinha que levar um motorista reserva para trazer o carro, ele e o Maneca tiveram que ir no porta-malas.
Chegamos no local do início da remada e de muita adrenalina.
Antes de entrar na água tivemos uma aula teórica rápida com o mestre Moacir sobre as posições de cada um, remada e ordens dada pelo responsável do leme da embarcação que nesse caso seria o Sidoca.
No bote estavam o Sidoca, Maneca, Vinicius, eu e o Moacir foi no caiaque nos mostrando o melhor caminho.
Com a falta de prática da maioria, muitas vezes o bote girava e entrava nas correntezas de lado o que não favorecia muito a estabilidade do mesmo.
Para de tirar fotos e vem resgatar a gente. |
Logo após a ponte paramos para descansar um pouco pois esse bote é mais pesado que o duck e cada um rema do mesmo lado o tempo todo.
Câmera molhada não ajuda muito. |
Continuamos a descida e apesar do clima frio a gente estava bem quente por todo esforço que fazíamos.
Caí do bote mais uma ou duas vezes, depois caí em um buraco e dei com a canela em algumas pedras, não estava sendo um dia fácil hehehe.
Passamos pela ponte baixa, que agora é alta, e o Moacir já começou a colocar um medinho sobre a corredeira localizada na Águas de Joinville. Eu já conhecia bem aquela descida, mas ouvi bem as instruções.
Por mim tudo bem, gosto de adrenalina e apesar de ter ouvido várias histórias sobre afogamentos e machucados graves nesse tipo de atividade eu estava bem tranquilo. Sabendo nadar, com colete e equipamentos de segurança eu não via maiores problemas para o nível do rio que estava hoje. Nesse trecho a correnteza passa entre pedras de um lado e barranco do outro, o fluxo de água aumenta bastante. Remamos forte até começar a descida e fomos passando pelo trecho de maior dificuldade. Quando eu achava que estava terminando levei uma espécie de tapa de baixo para cima que me jogou para fora do bote. Isso tudo aconteceu em fração de segundos. Enquanto eu tentava nadar para fora da correnteza ela me puxava para baixo. Isso fez eu engolir vários goles de água e me afoguei. Consegui sair da correnteza mas não conseguia respirar. O Maneca jogou a corda de resgate mas eu queria me acalmar e tentar respirar direito. Quando eles chegaram com o bote eu levei um tempo até adquirir forças para pular dentro do bote novamente. Em nenhum momento entrei em pânico, mas o fato de eu não conseguir respirar mesmo estando com a cabeça fora da água me assustou.
Consegui entrar no bote e ficamos esperando o Vinicius descer de caiaque, o menino fez bonito passando pelo meio das pedras. Depois fiquei pensando no susto que levei e agora entendo como pessoas que sabem nadar se afogam até mesmo em rios rasos. Foi bom pra mim, aprendi a respeitar mais a força da natureza.
Mas o melhor ainda estava por vir. A corredeira da ponte coberta da Estrada do Pico, essa é punk e na vez anterior eu não arrisquei em descer. Será que depois do caldo que levei eu arriscaria? Claro que sim, eu aprendo rápido as lições e vamos ver como é passar por baixo da ponte. Novamente as instruções foram passadas e nos jogamos na corredeira. Essa eu acho que segui todas as recomendações pois todo mundo ficou no bote e deu uma sensação de alívio em chegar no fim da nossa trip com 13 km de rio e 2 horas de remadas.
Foto: Manoel Acácio Behnke Júnior |
Já era noite quando a esposa do Moacir veio nos buscar e fomos pendurados na lateral do carro até a sua casa onde colocamos roupas secas e ainda tinha um delicioso café com bolo e biscoitos para esses famintos aventureiros. Enquanto a gente se esquentava com o café ouvimos várias histórias contadas pelo Moacir de todos os rios do Brasil e do exterior que ele já desceu e das dificuldades e apuros que já passou. Percebi que canoagem é mais sério do que eu pensava. Quero agradecer ao Maneca e Sidoca por me convidarem para fazer essa atividade nesse lindo feriado de Tiradentes e ao Moacir e toda sua família pela recepção e incentivo. Infelizmente não temos muitos canoístas em Joinville.
Foi muito legal nosso passeio de bote. O dia estava frio, mas ali remando sem parar estava tranquilo. Ainda bem que vc levou o GPS para finalmente descobrirmos quantos kilometros tem do inicio ao fim do passeio! Continua no remo que você leva jeito pra isso e ainda por cima é corajoso!
ResponderExcluirFoi mesmo Maneca. Aos poucos vamos adquirindo os equipamentos e nossos passeios vão ficando cada vez melhores e com mais informações. Pretendo adquirir os equipamentos de remo aos poucos e quando eu tiver o meu caiaque quero fazer uma aula de "como ser recuperar de um caldo". Abraço.
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