domingo, 17 de agosto de 2014

16 e 17/08/2014 - Audax 400 Km - Florianópolis - SC

Continuando a fase de desafios Audax. Hoje eu e o Maneca saímos de Joinville com muita chuva, mas com esperança de melhorar durante o decorrer do dia.


Chegamos em floripa e encontramos o Cabelo (que agora é ex-Cabelo) a Talita e o Hamilton que veio do Rio Grande do Sul trazer mais chuva para o nosso estado. Foi tudo muito rápido: pegamos o kit, almoçamos e logo voltamos para eu me arrumar e preparar a bike. Esse negócio de se preparar na chuva é muito chato.




Eleonésio e Marcelo Rodrigo
Depois das últimas instruções largamos ás 14:00 hs, a ciclovia com muitas poças já encharcaram a sapatilha nos primeiros metros de pedal. Como no Audax 300 km, fiz o trecho de São José bem light e na BR-101 imprimi meu ritmo.



Pedalei alguns quilômetros com o Isac que largou com uma bike fixa.


Tentava encontrar um pelotão para acompanhar, mas assim que encontrei um todos pararam. Então continuei sozinho sob muita chuva.







Entre Balneário Camboriú e Itajaí passei pelo Ronnie que estava parado ajudando outro ciclista. Depois que fui saber que era o Hamilton que havia comprado um terreno por ali. Cheguei no primeiro PC em Itajaí ás 17:50 hs e 100 km. Dessa vez aproveitei bem a estrutura do local, comi o risoto e algumas tangerinas. Fui sair para tentar andar alguns quilômetros com o Ronnie e o Hamilton, mas ao pegar a bike percebi que o pneu estava furado. A equipe de apoio estava preparada e fizemos a troca bem rápida.



Durante a noite a chuva continuou e pedalar nessas condições na BR-101 dá um pouco de insegurança.


Cheguei no PC 2 em Araquari no posto Sinuelo ás 20:55 hs e 161 km. Eu estava com as costas travadas e reclamei muito de dores. O Jorge (da equipe da organização) ouviu minhas queixas, me segurou pelo pescoço com as duas mãos e me levantou fazendo meus pés quase saírem do chão. Foi uma boa alongada, tomei um relaxante muscular e não senti mais dores.


O Ronnie quer aparecer em todas.
Tirei um pouco da areia do corpo e coloquei uma roupa seca, tomei três chocolates quentes e liguei para a esposa. Deu até vontade de ir para casa, afinal estava tão perto, mas hoje não.





Chega de descanso, botei os pneus na estrada de novo, a bike começava a apresentar os primeiros problemas com a corrente e troca de marchas. A chuva parava um pouco mas logo continuava. Eu seguia com meu pedal "alone" e comecei a ficar com sono. Em Itajaí encontrei o Anésio que me emprestou um lubrificante para a corrente e deu umas dicas sobre a sapatilha que aliviou muito minhas dores nos pés.


A maioria dos ciclistas iria parar no SOS da Auto Pista Litoral Sul em Porto Belo, mas eu sabia que lá não teria muita estrutura e parei em Balneário Camboriú no último posto antes de subir o Morro do Boi. Encontrei dois ciclistas de Goiás o Leandro (ou seria Leonardo?) e o Carlão. Fizemos uma parceria para superar esse desafio. Pra mim foi muito bom pois ajudou a espantar um pouco o sono. Durante a madrugada furou o pneu de um deles e chegamos no PC 3 em São José ás 5:45 hs com 299 km.




Enquanto a gente se alimentava e descansava um pouco o Cabelo tirava o excesso de areia das bikes.


Na saída desse PC mais dois ciclistas se juntaram a nós: o Paulinho e o Hélio. Assim partimos para os últimos 100 km apreciando um lindo amanhecer.


Já era dia quando pedalávamos rumo a ponte para fazermos nossa travessia para a ilha quando o pneu traseiro da minha bike furou. Fiz a troca e o Paulinho me emprestou sua super bomba portátil que vira uma mini bomba de pé.


Chegamos na ilha e tivemos que esperar um pouco por causa da largada da maratona de floripa. Ao contrário do dia anterior, o sol e calor prevaleceram todo o tempo. Seguimos rumo ao Pântano do Sul.




Chegamos no PC 4 ás 8:05 hs com 333 km. Eu estava me sentindo bem, depois da lição do último audax eu segui uma alimentação e hidratação bem rigorosa durante o desafio. E o cansaço era mais psicológico do que físico.


Na Lagoa da Conceição mais um furo no pneu traseiro. Os acostamentos estavam cheios de arames e vidros. Eu esperava terminar em 20 horas, mas devido ao baixo rendimento do pedal na madrugada e pelos vários furos sabia que já não seria possível.



Atravessamos as retas intermináveis do Rio Vermelho e enfrentamos o trânsito do norte da ilha. Eu estava sem câmaras e achei que não seria necessário chamar o apoio até o último PC afinal faltavam apenas 26 km para o fim do desafio.




Nessas horas eu esqueço de tirar fotos dos acontecimentos pois a vontade de completar o desafio ocupa todos os pensamentos. Faltando 12 km para o final fura mais um pneu, eu já estava cansado e preocupado com o restante da equipe, pois eles dependiam de mim para guiá-los até o final. Eu me preparava para fazer um remendo quando o Dalton passou e o Paulinho pediu uma câmara para ele. Apesar de ser sua última câmara ele me emprestou e me comprometi de ajudá-lo nesses quilômetros finais caso ele precisasse. Atravessamos os morrinhos do bairro João Paulo que agora se transformam em montanhas e na passarela fizemos a foto oficial.


Completamos nosso Audax 400 km em 23:11 hs satisfeitos e muito cansados. Obrigado a todos pela companhia e pelo apoio. Espero encontrá-los no Audax 600 km.


No final encontrei o Adelar que veio do Rio Grande do Sul junto com o Hamilton. A convite do Hamilton fomos todos comemorar nossa amizade e conquista em uma churrascaria.

Melhor equipe de apoio do mundo
Em setembro tem mais.

Abraços.


4 comentários:

  1. Muito show o relato, mostra bem o que passamos numa prova como o Audax.

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    1. Tento deixar o mais detalhado possível com os assuntos relevantes. Mas sentir o que sentimos só quem esteve lá mesmo. Abraço.

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  2. Parabéns pela força e determinação.

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