sábado, 1 de dezembro de 2012

01/12/2012 - Morro dos Perdidos - Guaratuba - PR

Talvez essa seja a última aventura sobre pedais do ano. Logo vem as festas, encerramentos e outros compromissos que arranjam para a gente nesse mês. Depois de ver várias fotos e vídeos do pessoal pedalando no Morro dos Perdidos deu vontade de ir também. Era para eu ter ido com o Deivi (vulgo Cabelo), há mais de um mês atrás, mas por questões de trabalho não pude acompanhá-lo. Então o Maneca entrou em contato comigo para marcar a data e fazer esse pedalzinho ligth. Saí de casa ás 5:00 hs para encontrar o Maneca no Posto Rudnick. O tempo estava abafado, com muitas nuvens mas não tinha "cara" de chuva.
Cheguei no posto ás 5:32 hs, comecei a procurar o Maneca e logo encontrei ele. Tinha a esperança que o Cabelo também faria companhia, mas acho que o aconchego da cama falou mais alto pra ele.
Assim que o Maneca me viu ele disse: "Tu vai com esses pneus slicks?". Eu sei que seria melhor colocar os pneus com garras, mas as marchas leves não estão funcionado legal e eu teria que subir o Morro dos Perdidos empurrando do mesmo jeito. Sendo assim resolvi deixar esses pneus e aproveitá-los melhor nos trechos de asfalto. Seguimos pela BR-101 e enquanto pedalava eu e o Maneca conversamos bastante, vamos dizer que colocamos a fofoca em dia.
No início é assim, a gente pedala, conversa e não percebe os quilômetros passarem, mesmo assim o Maneca estava ansioso para chegar em Garuva. Passamos por Garuva e vimos o sol dando os primeiros sinais nas montanhas ao lado.
Depois do pedágio, na BR-376, já é possível sentir a subida da Serra do Mar e o tanto que ainda precisamos subir. Desse ponto já é possível avistar as antenas onde vamos estar daqui há algumas horas.

Em quase toda a extensão da subida tem um pequeno acostamento, exceto no início que é preciso pedalar na pista, mesmo assim a maioria dos caminhoneiros passavam a uma distância segura de nós, apenas alguns mais apressadinhos passavam "tirando fino" da gente, sem necessidade. Chegamos no topo da serra e passamos em frente a polícia rodoviária, segundo o Cabelo era necessário pedalar até o Km 662 e fazer o retorno, foi o que fizemos.
Durante o retorno a gente passa pela divisa com Tijucas do Sul, mas logo volta para Guaratuba, e passando a ponte do rio Itararé pegamos a primeira estradinha do lado direito. Aqui já tem uma pequena placa indicando que estamos no caminho certo. Só o fotógrafo não é muito bom rssss.
Seguimos alguns metros e já avistamos o Pesque-Pague Morro dos Perdidos.
Demos uns gritos de "Oh de casa" e logo fomos atendidos pelo filho do seu Osmarildo. Ele perguntou se queríamos comer alguma coisa, então pedimos para fritar uns salgadinhos para a gente comer na volta.
Conversamos um pouco e ás 8:30 hs começamos a subir o terrível Morro dos Perdidos, no início ele não mete muito medo não, uma estrada de chão muito limpa e gostosa para se pedalar.
Assim que começaram as subidas ferradas e com muita erosão desci da bike, pois a marcha mais leve que eu tinha já estava pesada e o pneu slick começou a patinar e escorregar bastante. Nesse momento comecei a escutar o Maneca: "Ainda bem que tu veio com o pneu certo né? Que bom que tu viu esse problema da marcha antes.  Não é bom usar sapatilha nesse tipo de terreno pena que tu não trouxe um tênis" Ah tá bom tá bom, sempre aprendendo com os mais experientes né?
Vencemos a primeira subida, mas ainda tinham muitas pela frente, ouvimos um barulho de água e era possível ver a parte superior da cachoeira. Não entramos na trilha para a cachoeira agora, quem sabe na volta.

Continuamos a subida e agora o caminho ficou mais difícil, muito íngreme e com saibro solto por cima da pista, tinha trecho que era só de buracos e valos criados pelas águas das chuvas. Mesmo assim o Maneca subiu todo o trajeto pedalando, ele colocou o pé no chão por três ou quatro vezes por falta de equilíbrio ou para analisar um caminho melhor, mas ele estava determinado e fez questão de não empurrar um metro sequer. Agora com essa bike nova e com o pneu de trator que ele colocou não tem mais obstáculos para esse cara.

Começamos ver a paisagem em direção ao planalto, mas o lado do litoral eram só nuvens, mesmo assim eu tinha a esperança de chegar lá no topo e conseguir ver parte do litoral.

O trecho árduo de terra terminou, agora a estrada é de concreto ou sobre as rochas, outro trecho muito íngreme e mesmo sendo um material duro também tinham valos e buracos.
Enquanto o Maneca subia "fácil" as rochas eu penava empurrando minha bike de aço com as sapatilhas escorregando sobre a pedra.

Depois de uma hora e meia chegamos no ponto mais alto da região, para nós uma vitória, uma superação, mais um desafio vencido. O que ganhamos com isso? Uma paisagem singular, um lugar novo que conhecemos e o fortalecimento de uma amizade. Para nós um objetivo concluído é muito gratificante.


Infelizmente não era possível avistar nada para o lado do litoral, as nuvens estavam bem próximas de nós e muito densas. Lá em cima batia um vento fresco e suave.
Fotos da "conquista" do Morro dos Perdidos.

Começamos a descida. Nesse momento fui muito cauteloso, desprendi a sapatilha do clipe e desci sempre com os dois freios acionados. Mesmo assim levei alguns sustos, mas consegui descer todo o morro em cima da bike he he, pelo menos isso. Na passagem pela trilha da cachoeira resolvemos caminhar um pouco e conhecer o lugar. Caminhamos aproximadamente ...., ops caminhamos não, corremos, pois quem sai com o Maneca sabe que o cronograma não pode atrasar e a trilha que levaria vinte minutos, segundo o proprietário, fizemos em sete.
O barulho de água começou a ficar mais forte e chegamos na cachoeira, não sei qual seria o adjetivo mais correto para descrevê-la, talvez maravilhosa.

Um pequeno vídeo ajuda a ter uma noção melhor dessa maravilha.
Voltamos pela trilha na mesma velocidade que fomos, agora era chegar até na lanchonete onde os nossos salgadinhos já nos aguardavam. Ás 11:00 hs chegamos na lanchonete e pedimos um refri, o Maneca começou a reclamar de dor na bunda, ainda não estava adaptado ao novo selim. Ainda bem que agora já estamos voltando e faltam só 60 km para chegar em casa.
Agradecemos a hospitalidade dos proprietário e seguimos, o que nos confortava um pouco era a longa descida da serra.
Descemos na velocidade que dava, sempre com muita atenção pois na descida não tem acostamento e é preciso usar uma das pistas e ter cuidado nas ultrapassagens dos caminhões. Quase no fim da descida ouvi o Maneca aos gritos, olhei para trás e ele parou. Fiquei esperando ele descer o finalzinho de serra no embalo e assim que ele chegou vi ele com a corrente da bike na mão.
Por sorte não arrebentou, apenas abriu o power-link, fato curioso para acontecer logo na descida. Mesmo depois de toda essa aventura, ainda voltamos pedalando nos 35 km/h, o sol começou a judiar um pouco e a água que a gente tinha esquentava rápido.
Chegamos no Rudnick e nos despedimos, esse ano as chances de uma nova aventura já diminuíram, com a chegada das festas e viagens com a família fica mais difícil achar um tempo para uma aventura, mas se aparecer uma brecha eu tô dentro hehe.
Cheguei em casa depois de 134,74 km rodados com o tempo de 9:08 hs, a foto não ficou muito boa mas estou aprendendo. Maneca, muito obrigado pelo convite e pela companhia nessa trip, e que venham muitas outras. Obrigado também ao Deivi por desbravar aquele caminho e nos ajudar através do seu relato no blog, pena não ter ido com a gente dessa vez. Opa, quero deixar também os parabéns ao Cassiba que já é papai e logo vai estar de volta para participar de mais algumas aventuras. Quero agradecer também a Deus por nos proteger nessas aventuras.

8 comentários:

  1. Parabéns Jefo pelo pedalzinho light, ainda mais com esses pneus slick, coragem.. rsss.. Mas sei q soh assim pra darmos conta de acompanhar o maldito Maneca.. rsss...
    Queria poder ter ido com vcs, mas como cheguei tarde na sexta deixei pra próxima, pois agora o perdidos esta no cronograma anual..

    Abs Jefo e ateh o próximo desafio.

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    1. Cara, subir aquele morro com os slicks não é fácil, mas era uma opção que eu tinha. O Maneca sempre determinado nos seus objetivos. Na próxima vamos todos juntos. Abraço.

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  2. Jefo, isso é realmente um Grande Desafio! Subir a Serra do Mar, subir o Morro dos Perdidos, ir na cachoeira e voltar para casa pedalando em 9 horas, só você e o Cabelo prá ter essa brilhante idéia!!! Obrigado pela companhia e que em 2013 possamos pedalar muitos Kilometros juntamente com o Cassiba e o Cabelo! Prá mim fechou 154Km.
    O ano ainda não acabou, ainda podemos fazer algumas aventuras na nossa bela região...

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    1. Ai Maneca, valeu pela companhia. Claro se sobrar algum tempo a gente "se joga" hehe. E na próxima vou subir pedalando com você. Abraço.

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  3. Parabéns pela aventura Jeferson, belo relato.
    O grau de dificuldade tá aumentando, parabéns pelo desempenho!

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    1. Valeu Marcelo, estou sempre a procura de uma aventura nova, um lugar diferente e ainda tem muitos para visitar aqui nas redondezas. Boa sorte no Audax.

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  4. Muito dez os roteiros de vocês. Você tem as coordenadas de gps de todos? Abraços.

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    1. Infelizmente, não. No início eu fazia o caminho manualmente no Google Earth, mas demorava muito e ás vezes eu não tinha tempo para selecionar fotos, escrever blog e traçar caminho. Mas a partir de 2013 pretendo arquivar as coordenadas de todas as aventuras. Valeu.

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